quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Natal ou Loucos Monstruosos Gorilas Tóxicos!!!

É Natal, época de harmonia, alegria, presentes e sorriso no rosto das crianças. Um tal de Jesus de Nazaré, o ungido, nasceu a uns 2000 mil anos e hoje o vovô da coca-cola dá presentes pra todo mundo. As vezes me sinto meio confuso, normalmente muito confuso. Esse lance de tentar entender o mundo me deixa assim o tempo todo, eu tenho medo que vou fazer depois, do que vejo diante do espelho, do que sinto pela maioria das pessoas, do que sinto por poucas pessoas. As vezes penso ser extremista demais, hoje é um dia desses...
Muitas pessoas estão lindas e sorridentes e felizes e coisas assim, comprando seus presentes para seus entes queridos e amados, torcendo para receberem o que ja comentaram um zilhão de vezes que desejavam; comprando uma exorbitância em comida como se o próprio rei da Pérsia fosse banquetear com eles. E a maioria esquece que uma outra parte da população, e uma parte bastante grande, está faminta, em guerra, morrendo, sofrendo, chorando, coberta de agústia e dor. Que essa parcela da população não vai ganahar doces e adoraveis presentes, não vai se refestelar com a abundância de comida de um xaque, se é que vai comer, não vai sorrir e gargalhar em meio as piadas e abraços calorosos da família.
É, posso ser extremista, mas ser extremista não me permite ser hipócrita, e se me virem na madrugada do dia 24 para o dia 25, sem dar muita bola para o que está acontecendo na sala de jantar, é por que estou dando bola para o que está acontecendo com o mundo. Com essa sociedade de recoberta de falsidade e ganância, fada a falência, fadada ao câncer.
Mas não me olhe com pena, não me avalie como um derrotista. Sinta pena de sí mesmo, pois eu sou um utopista, sou alguém que desacredita completamente nessa "humanidade" que aí está, mais que acredita completamente na potência, no vir-a-ser das coisas. A maioria dos seres humanos não vale absolutamente nada (muito provavelmente estou entre esses); mas umas poucas dúzias deles são bons pra caralho, e esses merecem meu respeito e atenção, queria que eles dominassem o mundo... mas nunca vai rolar!
É natal, (quase) todo mundo vai gargalhar e sorrir e se esbaldar de tanto comer e beber; eu acho que vou entregar uns presentes, depois chorar e ir dormir, esperar que o Reveillon chegue logo e com ele um novo ano, onde certas de pessoas vão desejar um ano ainda melhor, mas que na verdade vai ser ainda pior que o anterior! Óh não, eu não sou um derrotista, infelizmente eu me sinto como um bom observador, livre de muitas interferências, vendo a sociedade como ela verdadeiramente se apresenta...
Eu Odeio (MUITO) Estar Aqui!!!
PS: mensagem de natal
( Sem amor. Sem esperança. Sem Futuro. 
E o Papai Noel está morto. Eu o matei. Matei ele com ISSO.
E deixei seu corpo fedorento numa caverna subterrânea onde é estuprado 
por centenas de loucos monstruosos gorilas tóxicos, a cada segundo, todo dia!)

FILMES: Especial de Natal, segue a lista: Uma Noite de Fúria (Santa's slay); O terror pode Esperar (Don't open till Christmas); Natal Sangrento (Silent Night, Deadly Night); Christmas Evil - You Better Watch Out; Noite do Terror (Black Christmas);
LIVRO: nenhum livro em especial, mas procurem ler coisas inteligentes durante os feriados e férias;
SOM: The Perishers - In The Blink of an eye (I wish I wouldn´t have to feel alone; I just can´t understand why you cared to stay; You never truly loved me anyway; I just can´t understand...);
MALDIÇÃO: hoje não tem maldição, só uma frase legal que ouvi de um amigo: Amor é a gasolina da vida... caro, dura pouco e pode ser substituído por álcool!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Hipermoda, ou, Destruição para Construção!

Nos ultimos dias tenho me dado conta de várias coisas que andava pensando erroneamente sobre o mundo e sobre as pessoas e sobre esse tal zeitgeist! Passei muito tempo odiando e lutando contra essa tal de moda, sem ao menos entender o que ela era. Hoje tenho uma visão mais clara e objetiva do que ela trata.
Não é um ser metafísico como Deus ou o Diabo, nem um força natural como a gravidade ou pressão; nem mesmo um paradigma social formado por um grupo hiperpoderoso de alcance global. Hoje vejo a moda como um meio de distribuição midía-social, de um padrão de gosto de um determinado grupo, crescente, que em dado momento é lançado para um grupo maior como exemplo a ser seguido.
Por exemplo, alguns anos atrás, gostar de zumbis, Star Wars, falar Klingon, ver sci-fi, e coisas assim era uma coisa ridícula. Hoje se você não assinala nenhuma das alternativa, bom, me desculpe, mas você não está a vibe do momento, você não é cult
O mundo anda dando tantas voltas que já nem é mais possível saber do que você realmente gosta, tudo faz parte de um hipermoda analisada por uma crescente indústria cultural que anda por aí vendo quais serão as "modas" do futuro próximo. Grupos (sociais) dominados passam para dominantes em questão de semanas, dias, horas. Se você piscar os olhos, muito demoradamente, tudo vai estar diferente, e nós, bem, nós vamos estar completamente perdidos.
Sempre pensei que tudo que precisávamos era uma destruição completa, para uma reconstrução renovada de valores. Vejo a hipermoda realizando essa destruição e reconstrução renovada, e não vejo a mudança. E isso me entristece abissalmente, mas tudo bem, gosto de sentir as coisas sempre na potência máxima.
Hoje tento ver se ainda há alguma diferença nisso que insisto em chamar de hipermoda e no velho zeitgeist. Mas vivo me perdendo nesses caminhos cretenses, procurando uma saída mas sempre encontrando uma besta, um monstro, um minotauro. Não acredito numa respota abosluta para esse recorrente conflito, na verdade, não acredito em resposta absoluta para merda nenhuma, com exceção da morte.
Essa hipermoda me aparece apenas mais um conceito oriundo de qualquer coisa que nosso velho McLuhan poderia ter escrito, um padrão de gosto de um pequeno grupo de vai se espelhando pela aldeia global, como um câncer, ou uma pereba. E ninguém mais se importa com ele, pois sabe que se essa pereba não pegar ou não lhe agradar, há uns cem números de outras vindas por aí, que possam melhor lhes satisfazer. Puro hedonismo!
E o zeitgeis, ele é apenas um conceito antigo que nunca foi entendido, que como a moda ou hipermoda, ou mesmo como uma prostitua, está por aí, trilhando o mundo a cavalo, satisfazendo que lhe pagar mais. E eu acreditava nele...
Por isso, digo e penso, cada vez mais: não confie em ninguém, exercite o complexo paradoxo da indiferença para com tudo e para com todos sem nunca se esquecer da atual problemática do mundo: os seres (des)humanos. E digo mais, que o honroso exército chinês domine o mundo e nos imponha sua vontade e que o magnífico exército da gloriosa República Popular Democrática da Coréia do Norte domine o oriente...
Eu Odeio estar aqui!!!


SOM: Everything Fades - Poets of The Fall (Ridículos pensamentos de pequenas tarefas. Tudo que uma vez respondeu às suas necessidades. O incosequente, mas carinhoso. O bondoso, mas cego. Tudo desaparece...);
FILME: Beleza Americana - It's a great thing when you realize you still have the ability to surprise yourself! (É incrível quando você percebe que ainda tem a habilidade de surpreender a você mesmo!);
LIVRO: Identidade - Zygmunt Bauman;
MALDIÇÃO: Esse negócio de segunda chance é puro devaneio, pessoas nunca mudam;

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Quem é o estranho no espelho?, ou, Coragem!

"Clichê é uma coisa que ninguém gosta, mas que acontece o tempo todo?"
-- Dois meses depois --
((Esse texto comecei, a uns 45 dias)Vou escrever muito "eu", mas vale para cada eu individual e particular que estiver lendo isso, se é que alguém perde tempo lendo isso! )
Se eu mudasse tudo em mim, gostaria mais de mim?, ou não, já que eu não seria mais eu e sim uma pessoa completamente  diferente? Ou ainda melhor, o que faz com que eu seja eu (e isso não é uma crise existencial)? Obviamente os aspectos físicos, lembranças e essas coisas todas fazem com o que me eu, e também os outros, me reconheçam. Mas a questão não é exatamente sobre reconhecer, mas sobre identificar, ou melhor, identificar-se, reconhecer-se, olhar-se no espelho e saber exatamente quem é o estranho que você está fitando.
Muitas vezes me perco tentando me encontrar, e não vejo isso com algo bom ou ruim, é algo que apenas é. Tudo isso que nos cerca, caí no mesmo princípio, as coisas são o que são! E isso não é um conformismo, apesar das coisas serem o que são, sempre há algo diferente, o padrão que nos mortifica é o mesmo que nos espanta. Por isso, nunca deixe de se espantar!
É complicado olhar as coisas ao redor e ver o padrões e não se permitir ser dragado, consumido, tragado por eles. É complicado ver as coias como elas são, sem se perder em suas utiliddes e emintes e futilades mascaradas. É complicado diferenciar as pessoas das coisas...
Tudo muda muito rápido, e tudo para inalteradamente eterno. Essas dicotomias da vida humana, essas perturbações que dizimam o sono de poucos e felicitam tantos outros, é que me mantem sadio, são, ligado a realdiade. Sei que é muito fácil se perder. Quando você começa a ter (con)ciência da redoma de vidro, da liberdade vigiada do áquario em que vivemos, as coisas começam a fazer mais sentido. Tornam-se evidentes as mentiras do corpo, da mente e da alam, torna-se evidente que passamos a maior parte do tempo mentindo para nós mesmo, buscando um pouco de conforto, sucesso, essas coisas que fazem parte do conceito pós-contemporaneao da, complicada, felicidade!
Detesto o conforto, ele é enfadonho!; sucesso á simplesmente algo que alguns criaram para parecerem melhores do que outros.
Reconhecer-se, é a palavra chave! Saber quem você é, e o que você busca. Lutar as batalhas que escolher, com as armas que escolher. Saber de seu próprio funeral. Adiquirir seus próprios vícios e também saber e conquistar suas próprias virtudes.
Ningém mais se importa com as pequenas coisas, todos pensam saber quem são, mas nunca tem coragem de se olhar nos espelhos, no fundo dos próprios olhos, e perguntar: Quem é você? Elas tem medo da respotas, tem medo até mesmo de formular a pergunta. E todos, ou a maioria, sabe qual vai ser a resposta.

Som: Qualquer Willard Grant Conspiracy está valendo hoje!
Livro: Descobri meu efetivo livro de cabeceira; iluminou minha mente de uma forma absurda, com certeza é minha Bíblia: A Arte de Ser Desagradável - Jim Knipfel
Filme: Gonzo: The Life and Work of Dr, Hunter S. Thompson (sem comentários);
Maldição: passei os últimos dias tentando manter meu ódio e indiferença re coberto por coisas, mas não sei mais como viver sem eles, sou assim, preciso do meu ódio para alimentar minha mente para que as palavras corram pela minha cabeça e dedos.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Vida Transitória, ou, Não entendo porque...

"Muitas vezes confiei, até acreditei em tudo o que vi, em tudo que passei; Pois quando mais precisei com poucos pude contar; Só assim percebi, com poucos quero estar!"
Você se julga capaz de separar os momentos ruins e os momentos bons da sua vida? Os sucessos dos fracassos? Acredita que tanto por fora quanto por dentro você está bem? Se julga um bom observador? Sabe quando deve ou não utilizar de subterfúgios para a realidade? Mas principalmente, você sabe quando não está trilhando o caminho certo?
Sempre me pergunto se há um caminho certo?, e sempre entro a mesma resposta: sempre há vários caminhos, mas só trilhamos um de cada vez, as vezes juntos, as vezes separados; e nunca o julgo como bom ou ruim, sei apenas quando as coisas fazem mal ou não, quando machucam os outros ou a nós mesmos. O que me leva a uma recorrente: nem sempre o caminho mais tranqüilo é melhor que o caminho mais dolorido...
Alguém sabe qual o sabor da lágrima que corre por uma homem vil?
E se perguntar por que as coisas são assim, faz tanto sentido quanto a questão anterior. A vida não é justa, mas faz muito tempo que aprendemos que ela não deve ser. A vida não pode possuir tais atributos: justa, injusta, boa, vil, etc... A vida é, e isso basta. Vocês/nós/eu podemos receber atributos, e isso é importante, e o mais importante não é receber atributos, mas sim criá-los para si. Os outros não conhecem você, aquela coisa que vive bem no fundo de você mesmo, aquela coisa que escondemos até de nós mesmo, recoberta de máscaras e escudos e armaduras e todo outro tipo de artifício fantasioso. Aquela coisa lá no fundo que é você tem atributos que você mesmo cria e que poucas pessoas podem alcançar, o resto, bom, resto é pura perfumaria e os outros que se contentem com isso...
Fantasiar é bom? Acredito que sim, mas o absoluto, o verdadeiro o palpável é sempre melhor, por mais desgraçado que seja. Fantasiar é uma espécie de sonho desperto, é como planejar ou criar expectativas, mas lembrem-se sempre que ninguém, absolutamente ninguém vive de planos, sonhos e expectativas; vivemos do que é real e concreto.
O os artifícios mágicos que a realidade nos oferece para que possamos fugir dela são sempre fugazes, se esvaem com o sol da manhã, perdem seus efeitos com o passar das horas, algo como uma ante-cinderela. E nossos sentimentos seguem as mesmas regras e princípios, como qualquer artifício mágico, sentimentos são reações químicas ocorrendo dentro de um mundo desconhecido, esse negócio que chamamos de corpo.
Então, em que eu/você/nós podemos confiar?, se tudo no final se esvai em nada? O que temos para abraçar, para confrontar, para confortar-nos, perante todo esse peso da realidade?
"Depois de ouvir aquelas almas densas
a fronte curvo, e ao ver-me quedo assim,
o meu guia pergunta-me: "Em que pensas ?"
Num suspiro respondo-lhe: "Ai de mim,
que vão desejo, que fugaz encanto
os arrastou ao doloroso fim." A Divina Comédia - Inferno, Canto V. Dante Alighieri
Deus?!
Mais drogas?!
Pessoas e seus efêmeros e sempre confusos sentimentos?
Memórias?! Memórias não seriam apenas assombrações do passado de cada um? Ou tem algum outro fim para nós mesmos, como os fantasmas de Dickens?
Você mesmo!
Acredito em mim mesmo com todas as fraquezas e vícios e vicissitudes, mas principalmente, porque desconheço, quase sempre, meus limites. E é essa a grande questão. Manter o ímpeto ao máximo, ninguém pode dizer que você não é capaz, ninguém pode fazer você sentir como se não merecesse o que busca...
No blog de um amigo ele colocou letras que falam alguma coisa, e finalizo com um letra que diz alguma coisa, sobre tudo que tentei dizer até agora.
"Era tudo diferente, tudo mudou
Realmente não entendo como aconteceu
Tudo estava tão bem, mas algo apareceu
Dois caminhos a escolher, uma resposta a dizer
Às vezes paro pra pensar nas coisas que eu sei
Que fizeram bem pra mim, aos outros eu não sei
Pois quando mais precisei com poucos pude contar
Só assim percebi; com poucos quero estar
Não entendo porque tava tudo tão bom mas não
Tem que se meter, entrar na minha vida
Se intrometer
Não me arrependo de nada do que tenha feito
Não faria nada diferente
Nada é por acaso, tô melhor assim
Se pudesse voltar no tempo
Escolheria esse fim
Não entendo porque tava tudo tão bom mas não
Tem que se meter, entrar na minha vida
Se intrometer
Não entendo porque
Se intrometer
Não entendo porque..."

Som: Suicidal Tendencies - Pledge Your Allegiance (You say control my temper, but when I feel like shit, I feel like shit);
Livro: Um Cântico de Natal - Charles Dickens (por que não importa que seja o passado, o presente ou o futuro, sempre haverá algo para lhe assombrar. E o modo como você lida com as coisas não modifica nada sobre isso...);
Filme: The Rebound;
Maldição: O fato de enlouquecer sozinho com o peso de coisas que nem lembramos porque!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Todos são idiotas, ou, 1.353.820 Imbecis

Estava eu pensando aqui com meus botões, sobre cargos e salários federais, e lembrei do recém eleito deputado federal Francisco Everardo Oliveira Silva, conhecido também por Tiririca, aquele que estourou com sucesso chamado Florentina, que poucas pessoas lembram, mas foi acusado de plágio, mas meu problema, agora não é com a música.
É lembrado ou podem ser vistas no youtube as suas propagandas políticas. E uma em especial me chama muito a atenção, pois ele fala uma coisa muito bem articulada, algo como: Você sabe o que um deputado federal faz? Nem eu, mas assim que eu chegar lá eu te conto!.
Isso é uma democracia, todos podem se candidatar e conseqüentemente serem eleitos,e somos livres (riso frenético) para votar em quem melhor nos representa. 1.353.820 de imbecis acreditam que o Sr. Francisco Everardo é quem os representa melhor, mesmo que ele não saiba o que fazer. Acredito que esses mesmos 1.353.820 imbecis também não saibam o que faz um deputado federal, e nunca se deram ou darão ao trabalho de saber. Não entendo de mecânica de carros, então não me meto a arrumar um, mas jamais, dentro de meu juízo imperfeito eu chegaria na padaria próxima da minha casa, e diria ao padeiro:
- Arruma meu carro, aí.
- Abestado, sou padeiro, não mecânico.
- Não tem problema, eu não entendo nada de mecânica mesmo, faz qualquer coisa aí, já que eu não sei e você também não, ta tudo certo. E está aqui o seu dinheiro...
Eu sei, parece uma coisa bem idiota, no entanto, mais de um milhão de imbecis fez isso.
Agora eu faço uma pergunta para esses imbecis, que não se questionaram ao saber que o Sr. Deputado Francisco Everardo não sabia o que fazer:
- Vamos acreditar que o Tiririca realmente não saiba o que um Deputado Federal faz, mas será que ele não se importou nem um pouco em saber o quanto ganha um Deputado Federal?
Acredito que ele saiba, e muito bem, que:
- O salário de um Deputado Federal é de R$16.512,09. E além do 13º garantido por lei, eles ainda recebem algo que pode ser identificado como 14º e 15º, pagos ao início e final do ano legislativo.
- Auxilio moradia no valor de R$3.000,00;
- Cota postal e Telefônica no valor de R$4.000,00;
- Verba Indenizatória no valor de R$15.000,00;
- Verba de Gabinete no valor de R$60.000,00
- Verba de  Impressões e assinatura no valor de R$1.000,00.
- Passagem: todo deputado ganha viagem de ida e volta do DF para o estaque representam, sem qualquer justificativa;
- Auxílio Médico: reembolso imediato de qualquer gasto com saúde para o Deputado e sua família, sem restrições, desde que seja apresentada um nota fiscal.
PS: uma média do que foi gasto em 2009 com passagens e saúde, R$9.000,00 e R$8.000,00 respectivamente. E temos um total de 513 Deputados Federais.
Agora que temos uma idéia clara de valores, podemos concluir que 1.353.820 de seres repugnantes se acham no direito de escolher por mim, pagar R$166.512,09, para um cidadão que não sabe nem o que fazer!
Nem preciso cair no ridículo e dizer que somos nós, que pagamos isso.
Parabéns a esses 1.353.820 cidadãos conscientes...
Eu odeio a Democracia, eu odeio a perspicácia e inteligência humana, eu odeio os 1.353.820 imbecis que fizeram essa merda, mas principalmente...
Eu Odeio Estar Aqui!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Wanna be No more, ou, Não seja um imbecil....

Não é que odeie o dia de hoje mais do que o de ontem, é que ontem meu ódio era menor do que hoje; Não espere mais nada de mim, quando você já têm minha indiferença...
As pessoas normalmente ficam criticando os políticos, mas poucas param pra pensar em Política! O que é bem triste.
Poucas pessoas acompanharam, mas o TSE disponibilizou quase que em tempo real o resultado das eleição em seu site. E com sua conclusão os dados ficaram lá, à disposição da população.
Só pra constar:
24.610.296 pessoas (imbecis) se reservaram o direito de não votar, a agora estão reclamando dos candidatos que estão no páreo do 2º turno.
3.479.340 criaturas votaram em Branco;
6.124.254 outras criaturas anularam seus votos;
Isso, para mim, só quer dizer uma coisa, além de 24 milhões e poucas pessoas ocupadas demais para se importarem com o futuro do país, temos outras quase 10 milhões que são indiferentes ao futuro do país, pessoas, se é que podem ser assim chamadas, que acreditam que qualquer porcaria imbecil pode representá-lo. E diga-se de passagem, votos branco e nulos são a mesma coisa, o que difere um de outro é a quantidade de botões apertados. Nenhum deles entra na contagem de votos válidos, e esse negócio de dizer que votou nulo para anular eleição é coisa de gente revoltada burra e preguiçosa, pois para anular uma eleição, indiferente do cargo, é necessária a anulação de 50% dos votos válidos (que não são nem nulos nem brancos), e tais votos só podem ser anulados pelo TSE, em decorrência de ilícitos. (Artigo 224 do Código Eleitoral - Lei 4.737/65)
Outros dados importantes:
Nosso número de eleitores é de 135.804.433 pessoas, retiramos o número de cidadãos despreocupados que apresentei logo em cima, nos sobram meros 111.193.747, ou apenas, 81,88% de todos eleitores. E desses 81,88% descontamos as outras duas parcelas de indiferentes, sobrando 101.590.153, ou seja, 74,81% do número total de eleitores.
Não vou defender nenhum candidato, afinal, nesse mundo, ninguém é inocente, não se chega no topo sem pisar na cabeça de ninguém.
PT - 47.651.434
PSDB - 33.132.283
Esse são os que eu/nós/alguém vamos ter que votar no segundo turno. Mas houve um terceiro que recebeu meros 19.636.359 votos. Lembremos agora dos que abstiveram do fardo do voto, supomos que metade deles realmente estavam impossibilitados, seja qual for a razão, de votarem, e com isso temos mais 12.305.148. esse número somado ao número de imbecis indiferentes resulta em 21.908.742. Um número bem expressivo, já que é maior do que nosso terceiro colocado, se essas pessoas tivessem votado no 3º do páreo, o segundo turno seria outro; se houvessem votado no 2º do páreo, não haveria 2º turno; e caso essas pessoas votassem no 1º da páreo, talvez, ficássemos na mesma...
E isso foi uma pequena análise, apenas do páreo da corrida a presidência, o fabuloso mundo democrático, seja ele neo-liberal ou republicano, vai muito além da matemática. Isso serve apenas para um "repensar de perspectivas".
A democracia é uma farsa, uma fábula, uma hipocrisia... tudo bem, mas aceitamos-a, estamos aqui,as regras do jogo são essas, ou você se mata ou para pra pensar e tomar uma atitude decente!!!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Satisfação, ou, Fantasia...

Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos...
Um dia pretendo entender estudar a fundo um "por que", que muito me atormenta. Seria ele: por que vocês/eu/nós seres humanos queremos tanto?
E isso não é pura semântica, esse "tanto" é multifacetado. Estamos sempre querendo algo, e quando alcançamos, passamos a querer outra coisa. Com o que sentimos, nunca nos damos por satisfeitos. Com o que possuímos, sempre queremos mais. O segundo ponto, sempre querer mais, é bastante fácil de inteligir, mas não de compreender, chama-se ganância. O primeiro ponto é o ainda mais complicado, tanto no inteligir quanto no compreender, e é o ponto que interessa pensar sobre...
O que faz com que uma pessoa sinta-se satisfeita?
Isso as vezes me parece um pergunta retórica, as vezes me parece uma pergunta trivial e de múltiplas respostas e normalmente me parece uma pergunta importante. Satisfação é algo complicado, tanto de sentir quando de definir. Satisfação será algo que pode ser alcançada paulatinamente. Após o café da manhã na cama, num sábado, estamos satisfeitos? E se isso ocorrer e a mente estiver recoberta de problemas e preocupações, estamos satisfeitos? A satisfação é alcançada em alguns aspectos até que a Satisfação seja alcançada?
Sei lá, são muitas perguntas!, mas é isso, nada de respostas, não aguento mais todas essas pessoas com suas bocas cheias de respostas. Esse malditos vermes sempre cheios de sí, com respostas para tudo, como se a vida fosse algo que pode ser respondido, como se alguém realmente pudesse falar alguma coisa sobre a vida dos outros. Não me venham com essa hipocrisia, não preciso, tão pouco, quero isso pra mim...
Apenas façam-me um favor... suicídio coletivo!
Vejo um mundo que não gosto, sinto um mundo que odeio, e cada dia, para minha surpresa, as coisas ainda conseguem ficar piores. A cada dia vejo que mais fácil (sobre)viver do que sorrir, não há mais como admirar o sorriso puro de uma criança, ou a serenidade nos olhos cansados de um idoso. Nada disso existe mais, o mundo que espero, que quero, é um fantasia, um jogo pessoal de faz de conta...
Eu odeio estar aqui!

Som: Pledge Your Allegiance - Suicidal Tendencies (You say I need more compassion, I can forgive, I just can't forget; You say control my temper, but when I feel like shit, I feel like shit...);
Livro: Livro das Perguntas - Pablo Neruda (alguém que sabe que tipo de pergunta fazer, sem que precisem de respostas...);
Filme: Mar Adentro - (todos deveriam possuir o direto sobre existir ou não...);
Maldição: Se existe a felicidade e ela depende de alguém, esse alguém é única e exclusivamente você....

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Um Sonho de Lúcifer, ou, Liberdade e Pesadelo

Ele lembra da escuridão;
Ele lembra da dor da queda e da inveja;
Ele lembra do tremor e também do terror;
Ele lembra dos seus amigos em chamas,
     e de seus inimigos cegados pela irá;
Ele se lembra que eles sempre foram cegos.
E do alto de uma colina ele observa ao redor;
sente o cheiro de sangue por todos os ventos;
o gosto da morte dos fracos vindo de todos os lados;
escuta o grito de dor, oriundos da fome do frio e da sede
     dos inocentes condenados;
Ele recorda da promessa de seu pai;
Ele recorda de sua inveja, e sente-se um tolo;
Ele recorda que já foi responsável por tudo isso,
     e também que jamais foi responsável por isso;
Nunca condenou ninguém, com exceção de seus amigos;
Nunca julgou ninguém, a não ser ele mesmo;
Seus amigos foram condenados por considerá-lo certo;
Se julgo melhor que outros mais fracos,
e hoje ele sabe que o é;
Pois seu reino é de trevas e terror e dor e morte, por que assim o fizemos;
Mas ele sabe a verdade, esse reino de trevas e terror e dor e morte, é o reino dos fracos.
Aqueles fracos que ele tanto invejou, aqueles fracos que não tendo coragem
     de ver o que faziam com seu livre-arbítrio, condenaram o reino dele.
E, ele que fora condenado com o livre-arbítrio, hoje é livre;
E continua sabendo que é melhor reinar no Inferno do que servir no Céu;
Ele apenas questiona-se, se a Terra é o sonho de sua personificação do mau;
Ou é apenas o mau que os homens criaram por inveja daqueles que souberam aproveitar
    esse tal de livre-arbítrio?!

Qual o sentido da vida?, ou, Determinismo do Caos!

"Se a paixão pela destruição é uma paixão criativa, o comportamento auto-destrutivo é a mais pura epifania..."
Curioso, as pessoas vivem se perguntando qual o sentido da vida, mas acabamos não nos dando conta do real sentido da , palavra, vida! Penso que a maioria quando faz essa pergunta quer dizer algo como: qual o sentido do ser humano?, qual o sentido de EU (cada um de que existe individualmente) existir?, qual o nosso sentido?
Acredito em destino, não acredito na sorte, ou em coincidências, acredito num ambiente caórdico. Deus não joga dados, ou cartas. Existe sim um determinismo que não contrária nossa liberdade de escolha, muito provavelmente quando se fala em destino, se pensa num longo fim com início e fim. E se não for assim? Não é preciso ser um vulcano para perceber a lógica de que tudo que começa, também acaba. Tudo, absolutamente TUDO. Mas o que acontece entre seu início e fim, bem, isso é um sistema dinâmico não-linear, o domínio do Determinismo do Caos.
Por tanto não devemos perder tempo nos perguntando qual o sentido da vida, pois ele é claro. A vida segue um único sentido, segue para seu fim. Todas as coisas seguem esse sentido, seja de um homem ou de um Aye-Aye ou de um peixe-bolha ou de uma toupeira de nariz-estrela ou de um planeta. O que importa é o que você faz nesse breve período, as suas atitudes, as decisões que toma e seus resultados. O caminho que você trilha. Caordicidade...
Meu cérebro e coração vivem brigando, acredito que continuaram assim até que um dos dois seja derrotado, e nem ao menos sei qual deles devo ajudar, já que o fim eminente de qualquer um deles é obrigatoriamente o meu fim. Espero que eles ainda lutem, ou espero que um deles seja vitorioso o quanto antes. A vida com essa sua constante revelação de desconto hiperbólico, fazendo com que a maioria de nós escolha por pequenos deleites instantâneos, ao invés de algo que possa ser duradouramente bom. Gostaria de reconhecer mias seres humanos, ou formas confiáveis, nesse curto período de vida; essa maldita pareidolia que insiste em perseguir a todos nós. Ficarmos buscando coisas aonde elas não existem, porque será que gostamos tanto de ver coisas onde elas não estão, se isso acaba por nos fazer mais mau do que bem.
Gostaria de ser mau! Talvez assim obtivesse isso que chamam de força, para enfrentar com uma estúpida indiferença isso que chamam de vida. Gostaria que não fosse necessária a destruição ou fim de algo para que 
pudesse alcançar esse tal delírio universal, essa tal felicidade...
"Tanto aprendi, de nada adiantou;
Ver o que eu vi, se não me abro nem me dôo..."
Mas não, talvez o que sinta pelo mundo possa ser considerado força, talvez essa minha incessante busca por causas perdidas, perdidas não, esquecidas, seja digna. São muitos "talvezes" para ficar contanto. Queria uma certeza!, e o problema é esse também, eu a tenho: Estou vivo!
Eu Odeio Estar Aqui!

Livro: O Som e a Fúria - Willian Faulkner (desintegre-se, acabe, morra, deixe de existir, e depois tente tudo de novo, com ainda mais vontade);
Som: Ludov (qualquer som deles hoje vale, mas uma música em específico, estava ouvindo ela no repeat forever enquanto escrevia - Terrorismo Suicida);
Filme: Os Famosos e Os Duendes da Morte (pode até parecer um nome esquisito, mas para dizer isso você deve se julgar bem normal, né? Já "falou" no msn?, já blogo?, já viu youtube?, já viu tapa na pantera?, já usou drogas? Veja filme!);
Maldição: por que raios determinados sentimentos não são simplesmente como coceiras, você coça e ela passa!"

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Busca, ou, Talvez mude para pombo

"Tenha certeza que teu pecado à de te encontrar..."
Quem não busca um pouco de significado? Quem não busca preencher um vazio? Quem não busca um pouco de paz e conforto?
Acredito que sejam buscas de quase todos os seres humanos. É algo que todos desejam... não gosto dessa palavra, ela é cheia de corruptelas e desperta uma idéia voluptuosa, coisas assim. Mas a maioria das pessoas deseja mais do que busca ou almeja.
Tenho pensado em mudanças, mudanças de todos os tipos. Inutilmente tenho me agarrado a idéia, seja ela falsa ou não, de que ao mudar as coisas e lugares, deixamos as lembranças ruins, e as coisas que nos fazem lembrar delas, abandonadas ao passado. E trazemos conosco apenas as boas. Queria acreditar mais nisso, acreditar de verdade. Mas mesmo assim, vou arriscar, afinal, penso que todos ja arriscaram mais por muito menos, bom, pelo menos eu já!
Talvez toda busca por mudanças seja uma busca por significados, ou por alguma espécie de resignificação. Gostaria também de acreditar nisso, e talvez não pensar que a busca por mudanças seja uma espécie de fuga, uma atitude covarde para consigo em relação aos outros.
Tem uma hora que a necessidade do conforto e segurança da escuridão é melhor do que qualquer luminosidade, seja sua fonte qual for, seja sua intensidade qual for... deixe que fujam de volta para a caverna, para que talvez acessem uma nova contemplação mais nítida do mundo das formas puras, ou não, que morram cegos na escuridão!
Certa vez alguém, que revelou não possuir qualquer noção de respeito, sinceridade, honestidade, dedicação e verdade, me perguntou: E por acaso você sabe o dia de amanhã?
Há, certamente não possuo o dom da premonição, mas com um pouquinho de inteligência podemos ter algumas noções claras e distintas  sobre o dia de amanhã. Veja bem, coisas como o nascer e o por do sol são praticamente certos, a ordem e valor dos números, as leis naturais, essas coisas. Além disso, o conhece-te a tí mesmo funciona excepcionalmente bem nesse caso, cada um sabe que ao fechar os olhos no ar noturno, não vai virar um casulo e acordar completamente diferente. Valores e concepções não são destruídos assim tão rápido, claro que balas, bombas, granadas e coisas assim os modificam, mas não quero complicar.
É isso, cansei, começou a ficar confuso de novo, estou sempre perdendo o fio condutor das coisas, ainda bem!, ou não!
Eu Odeio Estar Aqui!

PS: aceito sugestões de temas, ando meio complexo demais pra conseguir sequer o que ando pensando! E também tem aquele lance do pombo, 140 caracteres as vezes são mais fáceis de expressar idéias, talvez não.

Filme: A Ressaca (Hot Tube Time Machine) - é uma comédia, a primeira vista, mas nas entrelinhas, como quase tudo, tem uma Q de drama, uma angústia, uma nostalgia, bem significativas...
Livro: William Gibson - Monalisa Overdrive
Maldição: Amaldiçoou o ano de 2012 estar tão longe, afinal esse novo cataclismo da moda é legal também... 

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Cotidiano, ou, Gritos

"As grandes coisas, surgem das grandes decepções..."
Gosto de escrever sobre o cotidiano, seja do meu ou do geral ou do outro/específico. Mas o cotidiano há tempos anda sem graça, triste, taciturno, e coisas assim. Estou saturado dessas coisas assim, pra todo lado é tristeza e morte, agonia e infecções. E essas coisas se tornaram comuns, não nos chocam mais. Isso é triste demais, há muita tristeza pra pouco contentamento, ou felicidade, chamem como quiserem.
Me sinto completamente repetitivo. Cada vez mais as publicações parecem iguais, não vão para frente, consigo pensar em centenas de coisas durante todo o dia, mas na hora de escrever poucas coisas saltam de minha mente para meus dedos. Me falta inspiração, sofro do mal do mundo. Ah, o eterno quase-vir-a-ser das idéias, o espírito que quase é. 
Não me identifico, não me nadifico, no máximo me destruo, para depois, talvez, conseguir reconstruir. Certamente que sofro do mal do mundo. Tenho ímpeto de mudar, uma coisa de cada vez, ou tudo ao mesmo tempo agora. Almejo amar alguém, busco odiar todo mundo; o ódio como defesa contra um mundo que assusta, fúria como ferramenta para um mundo que grita: Destrua-me; raiva para um mundo, o mesmo mundo, que também grita: reconstrua-me.
A cada dia fica mais difícil saber onde pisar,sem precisar pisar em ninguém. Essa tal sociedade parece nos indicar esse auto pisoteamento como único caminho, único meio de sub-existir. Mas eu desejo apenas existir, ser, mudar acreditar, amar, etc. Tentar ignorar toda essa tormenta ao redor, e colocar toda essa dedicação em algo frutífero, seja uma pessoa ou uma idéia, um sentimento ou uma causa.
Mas tudo isso sempre parece tão longe, tão vazio, esse véu de Maya, essa miragem. Fica complicado saber em que e em quem acreditar e confiar. Esses psicotrópicos subterfúgios que acalentam, mas que no momento seguinte corroem com um dor vazia e agressiva, uma dor muito próxima daquele que sentimos, quando nos damos conta de sentir falta de alguém. Alguém, ou alguma coisa, é sempre tão difícil distinguir um do outro, hoje em dia. O que não se conquista se compra, quem não é conquistado se vende. Aprender a respeitar a si e aos outros, saber que o não pode ser tão bom quanto o sim, ajudar ou ser ajudado na construção das coisas; tudo parece estar recoberto de uma inversão de valores, ou será que é minha visão que anda torpe, nebulosa, vendo apenas os semblantes, os borrões. Já é muito ter dúvidas sobre as coisas, quando mais ter certeza sobre algo, sobre o dia de amanhã...
Eu Odeio Estar Aqui!

Livro: William Gibson - Count Zero
Som: Megh Stock - Feita de Papel
Filme: Green Leaf
Maldição: Sabe a citação lá de cima, então, ainda não sei se espero pela minha grande coisa, ou se amaldiçoou a frase...

domingo, 12 de setembro de 2010

Sustentabilidade, ou, Faça Você mesmo!

Sabe, sempre pensei em mudar o mundo, e não sei se agi de forma a mudá-lo, mas sempre achei que estava fazendo algo com minhas milhões de atitudes estranhas, imaturas, infantis, e como queiram definílas, não me importo. Sempre desejei um mundo diferente, e esse diferente, pelo modo como penso, era melhor. Acredito que a muitas pessoas queiram um mundo melhor, mas nem todas façam algo. Não estou julgado, afinal, os motivos para tal atitude são diversos, do egoísmo à vergonha.
A muito tempo me considero anarquista, com uma visão política anarquista. Não pretendo aqui explicar  o que entendo por anarquismo, basta dizer que desejo uma sociedade composta por pessoas livres e iguais. Sou anarquista tanto quanto meu estado  socio-econômico me permite, e até um pouco mais. Me privo de alguns luxos que poderia me dar, pelo simples conforto, esse simples conforto não me atraí.
Quando somos jovens sempre queremos mudar o mundo, quando ficamos mais velhos queremos um mundo melhor. Geralmente nos acomodamos. Bem, o meu anarquismo tem um viés punk, do punk inglês da década de 70, não pense em mim como alguém de moicano levantado, couro rasgado e um vocabulário agressivo, o que me desperta atenção é o: faça você mesmo.
Não me caricaturizo, não ostento bandeiras ou insígnias, raramente uso roupas de marca, prefiro bicicletas à carros, trato dinheiro como dinheiro, coisas simples. Mas ainda quero mudar o mundo e desejo um mundo melhor, com pessoas livres e iguais. Sou um sonhador, um utopista, e acredito que sempre, até o dia de minha morte o serei. E de uns tempos pra cá tenho pensado em duas maneiras simples de começar a mudar o mundo: através da informação, ou da contra-informação e uma mudança que leve a um desenvolvimento sustentável (algumas vezes tenho medo de usar essa palavra, ela anda muito em voga ultimamente, mas agora já foi).
Agora pretendo discorrer um pouco sobre essa tal sustentabilidade. Certamente, mesmo com bombas nucleares e tudo mais, não vamos acabar com o planeta, muitas vezes supervalorizamos nossa capacidade de destruição. Mesmo com todo o nosso esforço para tal fim, o planeta vai continuar, ele vai mudar e dar origem a novas espécies. O que conseguiremos é nossa auto-aniquilação. Então vou bater em teclas já tão batidas e reforçadas. Coisas simples, cotidianas que mudam o nosso microcosmos, mas toda mudança no micro é uma mudança no macrocosmos. Pequena?, é verdade, mas é uma mudança.
- Evite o uso de sacolas plásticas; Link
- Recicle ou reutilize seu lixo; Link
- Plante árvores; Link
- Evite andar de carro sozinho; 
- Tente trocar carnes por outra fonte de proteínas; Link
- Economize água; Link
- E o mais difícil de todos, seja sensato.
Não faça nada disso esperando um agradecimento do mundo ou mesmo do seu vizinho, torne isso um hábito, tal como dar "oi" a alguém na rua, agradecer as pessoas, etc.
Tome iniciativas para concientização e disseminação de informação por grupos pequenos. Agir é melho r do que pensar. Fazer é melhor que sonhar. Não fique esperando o mundo mudar, porque assim, ele vai mudar, e certamente você não vai gostar.
Não gosto dos seres-humanos, em geral, mas adoro esse planeta, as pessoas deveriam agradecer mais por estarem aqui e tratarem aqui, de uma maneira melhor. O universo é praticamente infinito, a ignorância humana o é. E por isso...
Eu Odeio Estar Aqui!

Livro: Fritjof Capra - Alfabetização Ecológica: A Educação das Crianças para um Mundo Sustentável (esse cara é bom, e como nesse livro escreve "para crianças" qualquer marmanjo/a vai entender);
Som: The Perishers - Pills (link);
Filme: The Corporation (surpreenda-se);

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Indiferença e Desprezo, ou, Romance Francês!

"Pour toute sorte de mal, il ya deux remèdes: le temps et silence"
Dias se passaram, agora tenho tempo para voltar a pensar e escrever. E há coisas e pessoas em que preciso pensar, e também reescrever. A tristeza e a decepção são as melhores musas para mim. Havia esquecido o quanto elas me ajudam a concentrar e desenvolver, tanto no verbo como no espírito, não me lembrava mais como era estar decepcionado com alguém, estar decepcionado comigo é normal, os seres humanos decepcionam sempre. Mas nunca confiei neles, o problema está em confiar em alguém. Como disse, adoro estar decepcionado com alguém em específico, foca minha raiva, minha ira, meu ódio, e essas coisas outras que tanto gosto.
Mas é isso, como já dizia o Lobo, "nunca confie em ninguém, nem mesmo em você". Mesmo com tudo isso, permaneço contente, o que é novidade, mesmo criando expectativas e vendo que novamente elas se destroem, com o tempo vamos aprendendo, mais e mais; pois não há golpe que não se absorva e joelhos que não se curem, é como sempre digo: o mundo não vai me quebrar.
Se o Destino quer me botar de joelhos, ok. Ele pode tentar, e ele tenta bastante; as fianderias continuam tecendo o fio da minha vida, me colocando provações, botando meu corpo de joelhos a cada novo soco, aquele velho soco do irlandês bêbado, mas não se engane, meu corpo pode até cair de joelhos, mas meu espírito jamais se ajoelha, ele é orgulhoso, forte e convicto.
Verdade é um lance importante, e sinceridade também, as vezes dizemos coisas que são verdadeiras num momento, e depois o tempo faz com que mudemos de idéia, e não necessariamente precisa ser dito algo como: aquilo que disse antes não é mais verdade, as coisas mudaram. Isso não quer dizer que havia mentido antes, ou que fosse necessário um novo argumento, a verdade não está apenas no verbo, ela esta em tudo.
Recentemente usei uma mesma frase para duas pessoas diferentes, em situações diferentes, a frase era a seguinte: Não gosto de posses, não desejo coisas, eu as busco, as almejo. E busco coisas simples, com as quais poucas pessoas se importam hoje. Eu busco liberdade, verdade, amor e justiça. E essas coisas são para mim absolutas, não podem se conseguidas à meio termo; não se pode ser meio-livre, não pode ser dita meia-verdade, estar meio-apaixonado, ser meio-justo. E se não consigo nem realizar meus próprios valores, não me permito julgar ninguém...
Acredito que ande meio confuso, pensando muitas coisas, vivendo muitas coisas, sentindo muitas coisas, o mundo se revela, como sempre, cheio de coisas demasiada humanas, e seres humanos, em geral, não prestam! E é por isso que...
Eu Odeio Estar Aqui!

PS: pretendo não desenvolver mais sobre isso, fico confuso demais. Seres humanos me enojam, essas malditas pessoas que enjoam umas das/as outras, vivendo uma superficialidade, não quero mais isso. Não espere que o mundo mude!,  comece a mudar o mundo! E complementando a citação inicial, digo que o tempo e o silêncio levam a uma coisa: solidão. Que é companhia mais companheira, como disse Thoureau.

Livro: O Conde de Monte Cristo - Alexandre Dumas (Pai) (vingança, amores perdidos, amores encontrados, o tempo e o silêncio; é, a vida não é um romance francês, do contrário, seria muito mais divertida;
Som: Papa Roach - Blood (uma canção sobre decepções e sobre o momento...);
Filme: O Operário (por que todos, invariavelmente, carregam uma culpa, são assombrados por seu passado, por suas decisões...);
Maldição: amaldiçoou as pessoas que pensam que as odeiam. Pois na verdade as desprezo muito mais do que as odeio. Isso é você mesmo, ser humano!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Muito trampo, ou, dúvidas...

Seria melhor acordar sozinho, ou ao lado alguém em quem você não confia? Quem é capaz de definir confiança? Seria melhor deixar a confiança ir e não confiar em ninguém? Se mesmo sozinho não estou em boa companhia, qual seria a diferença entre acordar sozinho ou acompanhado?
A cada segundo de cada noite as mesmas confusões passam pela minha mente, deixar-me amar alguém, não confiar em ninguém, uma bala para cada pessoa, apenas uma bala para mim. E o que é ainda pior, ou não, é que penso que tais tormentas não são exclusivas à minha pessoa, mas a todos, ou pelo menos àqueles que se dispõem ao cogito!

Maldição: semana de trampo demasiadamente longa, sem tempo para grandes digressões...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Postagem curta, ou, Diferenças!

Um posto rápido! uma coisa passou pela minha mente perturbada e inquieta. Será que existem diferenças entre: Você não é pior do que ninguém! e, Você não é melhor do que ninguém?
Com o tempo pretendo desenvolver isso!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O que você deseja, ou, Seu corpo?!

Estava inclinado a desenvolver um texto sobre algo relacionado a gênero, tenho escutado muita coisas sobre isso ultimamente, inclusive bandas riot grrl nacionais. Mas acabei por tomar um rumo um pouco diferente, apesar da questão de gênero estar num sub-contexto das entrelinhas desse texto. 
Vou falar sobre o corpo, e se ele realmente nos pertence. Você considera-se dono de seu corpo? É uma pergunta, que parece à primeira vista, de resposta objetiva. Mas retendo questioná-la, não no caracter ontológico da coisa, passo do pressuposto de que nossos (esse "nossos" aqui já não representa um sinônimo de posse, é apenas referencial) corpos existem, e tudo mais que sentimos realmente existe. Fato!
Agora pensemos em nosso cotidiano, tudo que fazemos com eles. Nossas vontades impulsionam nossos corpos? Nem sempre, muitas vezes nossas vontade são derivadas de impulsos exteriores. Reagimos com nosso corpo em resposta ao corpo de outro, impulsos gerados por meios de comunicação de massa, etc.
Vejamos alguns pontos bastante "carregados". Analise-mos por exemplo a masturbação feminina, apesar de todo desenvolvimento e liberdade sexual alcançadas até o século 21, esse ponto ainda carrega um peso medieval, e já que fala-se em masturbação, pense em sexo e no números de vezes que limitamos nosso corpo, nossas vontades para com o corpo, pelos outros!? Pense em saúde pública, SUS, médicos etc. Eles opinam e decidem sobre seu corpo, que remédio tomar, o que comer, que exercício fazer. Aborto é proibido, suicídio é pecado, alto mutilação é coisa de gente louca, tatuagens e piercings e coisas do gênero ainda carregam uma boa dose de preconceitos. Quando foi a última vez que você tomou uma decisão importante sobre seu corpo?
Mesmo que sejam decisões consideradas por muitos como ruins, pense em drogas: ou elas são proibidas e de fácil acesso, ou são vendidas inadivertidamente em qualquer farmácia; cigarros hoje em dia são cada vez mais boicotados, logo logo as pessoas apenas poderão fumar as escondidas, como ocorre com algumas drogas hoje. Bebidas, esse é um caso a parte a pesar de várias recomendações com relação aos efeitos dela em menores de idade e motoristas, o povo precisa ficar ébrio, é uma solução do estado. Por falar nele, ele decide quase que exclusivamente o que podemos comer, que remédios podemos usar livremente, qual drogas somo proibidos de consumir, sem a devida receita, com suas secretárias e ministérios. O que vestimos é ditado por uma mão invisível que se propaga em ondas pelo ar, e aí daquele que as ignorar é praticamente excluído do meio social. E certamente vocês devem pensar em mais um zilhão de exemplos de posse!
Quando foi a última vez que tomou uma decisão importante sobre seu corpo, uma decisão realmente sua?
Eu sei a resposta para mim, é por isso que...
Eu Odeio Estar Aqui!

Som: Bulimia - Nosso corpo não nos pertence (... foi um som que me inspirou muito a escrever isso);

Livro: Neuromancer - Willian Gibson;
Filme: Irreversível  - IЯЯƎVƎЯSIBLƎ (um excelente filme de Gaspar Noé, que nos fornece algumas idéias sobre as conseqüências de nossas decisões sobre os corpos alheios...);

Maldição: o eterno ir e vir das coisas e pessoas me incomoda muito, a incerteza, o saber onde colocar os pés para evitar que o mundo desmorone abaixo deles...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Nostalgia, ou, A Morte que veste branco

Um texto antigo, de uma época em que as coisas ainda não eram tão cheias de som e fúria, uma época que sobrava vontade sem significado, uma época em que o ímpeto não era tudo, uma época de desejos e sonhos. Tolices...
O brilho das estrelas é prata
O vestido da virgem é branco
O pecado é a dor quem mata
Porque o pavor da morte é o pranto
E por que não seria?

A seiva da vida se perde
O fruto da árvore caí
E quando nada de vida se pede
A morte que veste branco lhe atraí.
E por que não seria?

Agora que nada mais resta
E o corpo que sem amor jaz em torpor
Então por que a pressa?
Se a morte que veste branco não lhe traz desamor
E por que não seria?

E agora que nada da vida
Me impede de calar-me
Que mal teria sua vinda
Já que a morte que veste branco vem ceifar-me
E por que não seria?

O brilho que já não é mais prata
Agora veste um manto
Que é da cor de quem mata
A Morte que veste branco
E quando seria?
Zeka 2001

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Natural/Artificial, ou, Para que serve todo tempo do mundo?

"A massa nunca se eleva ao padrão de seu melhor membro, pelo contrário, degrada-se ao nível de seu pior!" Thoreau
Me encontrava escutando uma canção, quando me dei conta de sua letra. E me dei conta, novamente, de como somos bobos em acreditar em na neblina dos momentos e na artificialidade das pessoas e nos sorrisos falsos e beijos torpes e etc. As músicas nos fazem lembrar de pessoas, momentos, sensações, paixões, e essa fez justamente isso. Acredito que esse é o espírito das canções, como o dos escritos: o encanto. É curioso como a artficialidade das canções populam as rádios e ouvidos de todos, assim como escritores vazios, charlatães, pipocam nas pratelaires de top 10 alguma coisa nas livrarias. E o pior essas palavras não parecem ser escritas, e sims excrementadas, são obras dos que ocupam nossas cadeiras de imortais (mas esse é um outro tópico). Artificiais.
Considerei a seguinte questão: qual o ponto de diferenciação entre natural e artificial? Me recordo de já ter escrito algo sobre isso, mas sobre um outro ponto de vista, por um viés biológico, e nesse caso busco algo mais próximo de uma antropologia. Mas a biologia serve de base para o início da destruição. Biologicamente o que difere um ser artificial de um natural? Muitos podem responder: isso é óbvio!
Digo que todos que precipitam-se deixam passar muitas coisas, perdem as pequenas coisas, deixam passar os olho sobre os pequenos detalhes, bem lentamente. Pense num homem do século 21, ponha a imagem dele e de seu cotidiano na sua mente. Toda seus instrumentos são artificiais! De sua "toca", sua locomoção, sua proteção, etc. Agora pense em alguém que por algum motivo, qualquer motivo, perdeu seus membros inferiores e o substituiu por próteses. Ele ainda é natural?, ele é artificial?, ou a artificiliade é quantitativa? Ou ainda, a mais importante das questões: o homem é artificialmente natural, ou, o homem é naturalmente artificial?
Agora abandonemos o caracter biológico da coisa, e pense na sociedade do século 21. Não vejo nada de natural nela, é tudo plástico e concreto e vidro e aço e cimento! Vejo os "artifícios sintéticos" que são utilizados para as pessoas deixem de sentir as dores do mundo, a criação de novas doenças da alma, a degeneração inveterada do natural.
Pessoas artificiais.
O que desperta nosso interesse em alguém? É alguém onde um simples olhadela revela tudo sobre ela, como a maioria das pessoas que habitam essa bola de lodo. Cobertas com toda sua insignificância de marcas e ostentação. Ou seria alguém coberto por uma bruma de interrogações, um semblante de confusão. Ora, não sejamos hipócritas, não aqui.
Mas alguns erros são irreparáveis, alguns momentos são impossíveis de voltar, algumas pessoas são apenas representações que fazemos delas... O mundo é natural, a maioria das pessoas são artificiais; As vezes fazemos as coisas certas com as pessoas erradas, agindo naturalmente com a artificialidade. Mesmo não sabendo o ponto de diferenciação, quando deixamos de ser um e somos o outro (quem é natural deve saber disso, mas que é artificial, se engana pensando que é natural por ser idêntico aos demais), não quero ser, ou quero deixar de ser, artificial. Talvez nem queira ser/existir/estar!
Eu Odeio Estar Aqui!

Livro: Alberto Manguel - Mesa com o Chapeleiro Maluco: Ensaios Sobre Corvos e Escrivaninhas;
Som: Ludov - Notre Voygae (a música que inspirou o texto; você deveria lê-la);
Filme: O Sétimo Selo (pela necessidade de um xeque-mate, de um fim, de uma razão última);
Maldição: as vezes damos todo tempo do mundo a alguém que simplesmente quer ver o tempo passando!
Quadrinho: Neil Gaiman - Coisas Frágeis 2;
PS: Como é possível somar um mais um e se obter um par, ou ainda, escrito de outra maneira, quem já teve um amor sabe que a dor é que ensina a ser como somos, ou mais, meu lugar é longe do teu passado sem assombrar o seu futuro!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

E se, ou, Resistindo ao arrastão global!

Mas exibindo seus reluzentes celulares digitais, palm-tops, pára-brisas blindados e bonés Nike, esses são apenas os patéticos vilões da nossa história. Para enquadrarmos os heróis, temos que deslocar o cenário. Visualizemos uma zona metropolitana de um mercado decadente, berço de um verdadeiro exército de desajustados batedores. Becos da fome... Cassetetes... Escopetas... Nesse ambiente hostil, a senha para a sobrevivência consiste numa resposta equilibrada para um recorrente conflito.
Facilmente as pessoas conseguem erguer seu indicador e apontar! Sinto um tremento desconforto quando alguém aponta, não me importa ser apontado, todos que apontam com julgamento, sequer olham para sí, meu desconforto é pelo que eles dizem/pensam: Por que ser assim? 
Ninguém nunca define o "assim"!
Me arrisco a definí-lo porque não tenho medo do questionamento. Assim: chato, cisudo, carrancudo, 
radical, fúrioso, espirituoso, ocasionalmento ébrio, melancólico, triste, incomodado?
(Palavras malditas) E se... não for nada disso? E se, simplesmente não for, ou me fizer, de cego ou louco. Certamente não sou cego, posso ser míope e astigmático, mas não cego. E certamente não sou burro, no máximo inconseqüente. Desculpe, sinto o mundo, não consigo e nem posso deixar sentí-lo.
Não venha me dizer que esses pequenos, poucos e efêmeros momentos de contentamento são a felicidade! A felicidade não é como uma chama ao vento, uma sombra que chega a luz. Não pense que a Felicidade é como uma nuvem, quando do alto você se atira e pensa que ela vai segurá-lo. Óh não, não se engane. Ao atravessá-la você nota que se enganou, e a cada nova nuvem persiste em enganar-se. Veja o solo, encare-o, e talvez você encontre algo em que possa se agarrar, do contrário, aproveite a viagem!
Não teria problema algum, como Diógenes, em erguer a lamparina, durante o dia, e sair como um louco
no meio da Cidade, na multidão plástica de pessoas vazias, berrando: eu procuro o Bem, o Bom, o Amor, a Liberdade, a Felicidade.
Prudhon me ensinou sobre a pobreza, Victor Hugo sobre a miséria, o Mundo e as pessoas sobre a ganância e a superficialidade e o desperdício e o excesso e o materialismo. Não me venha discutir a Felicidade baseado no que tenho, na saúde, educação, etc. Isso não depende do Destino, do Acaso, da Fortuna, do Caos. A Felicidade, como a má-sorte, é um acaso, depende do Destino, da Fortuna. Você tropeça, esbarra, ou ela simplesmente caí do céu em seu colo. Minha vontade, meu ímpeto, minha dedicação, meu espírito, não trazem a felicidade, podem trazer um conforto seguro. Que se desvirtuado nos leva ao uma zona segura de estagnação, que pode ser confundida com Felicidade, pseudo-Felicidade. Óh não, não me venha falar disso...
A cada novo dia desejo que alguém me destrua, me quebre, me prove que estou errado, e que
a Felicidade é possível! Mas ninguém o faz, e continuam apontado e dizendo: o problema é você!, porque ser assim? Sou assim porque acredito em conceitos absolutos: Felicidade, Amor, Liberdade. Será possível estar meio-feliz?, meio-apaixonado (aqui escrevo sobre o Amor não as paixões)?, meio-livre? Se existirem, não servem para mim!, não sou um corpo pela metade, pode ser para aqueles que habitam o esse meio-Mundo, e quando escrevo meio-mundo, parafraseio Fred Zero 4: Não, não, não estamos falando só de macroeconomia ou geopolítica. Estamos falando de mutações, instituições, partidos, valores e concepções (religiões, no final das contas) que se anulam ou se reciclam vulgarmente a cada rotação da terra. De almas e mentes mutantes. Dos abjetos seres PDM – Portadores de Deficiência Moral.
Sou uma pessoa completa quero sentir tudo ao mesmo tempo agora, ouça o silêncio do tempo passando, não quero arrependimento, quero sentimentos completos, avassaladores. Quero o Amor, a Felicidade, a Verdade, a Liberdade. Óh não, não me venham com suas mentes pequenas salientarem minha loucura, não sou como vocês, talvez esteja errado. E hoje, hoje não há um: Eu Odeio Estar Aqui! Hoje é E se...
E SE... FODAM VOCÊS!!!



Livro: Sociedade Individualizada - Zygmunt Bauman (por que é bastante complicado entender como é possível esse coletivo individualizado em que vivemos hoje, essa falsidade estampada em todos as faces cobertas de uma maquilagem universal: a hipocrisia!)
Som: Mundo Livre S.A - Batedores;
Filme: Was tun, wenn's Brennt? - O que fazer em caso de incêndio? (... deixe queimar!!!);
Maldição: toda essa noção falsa de felicidade estampada em livros nas seções de auto ajuda, essa doença coletiva que nos leva a buscar nosso sentido em pseudo-ciências, a estagnação generalizada onde alguns ainda crêem estarem em movimento;
PS: isso deveria ter sido publicado na sexta, mas, enfim, não deu!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Tudo bem?, ou, a hipocrisia da crítica

"- Oi, tudo bem?
- Tudo bem...
...fora o tédio que me consome,
todas 24 horas do dia,
fora a decepção de ontem a decepção de hoje,
e a desesperança crônica no amanhã,
tenho vontade de chorar,
raiva de não poder,
quero gritar até ficar rouco,
quero gritar até ficar louco,
isso sem contar com a ânsia de vômito,
reação a tal pergunta idiota.
...Fora tudo isso, tudo bem."

Oi! Tudo bem? (Perguntas são para quem tem coragem, e já caiu. Pois todos pensam ter respostas para tudo!)
Nada mais cretino que encontrar alguém e fazer essa pergunta. Seguem algumas considerações sobre isso:
a) - Tudo bem. E com você?
- Também.
Ou seja, pura hipocrisia, cegueira, burrice, sei lá. Contemple o Caos, olhe o mundo, tudo vai de mal a pior.
b) A música a cima. O que desencadeia algo como:
- Nossa, que pessoa carrancuda, chata, taciturna, chata, mau-humorada.
Gargalhada. Ou seja quem responde ou é muito cego, ou muito burro, ou muito cego e burro.
(Restaria ainda um outra opção, "c", que, basicamente, seria como a opção "b", mas dita  de uma maneira mais gentil, educada, coisas assim. Desconsidero-a).
Tudo bem, pode se considerar um pouco de exagero da minha parte levar tão a sério todas as mazelas do mundo. Mas todos os dias quando o sol nasce, me permito lembrar de nossa pequenez frente ao universo, e também de nossa também pequena, mas importante passagem frente a cada um dos outros 6 bilhões de malditos seres desse planeta!
Me pergunto se não é realmente válido considerar que esteja me criticando de mais, ou algo assim! Não acredito nisso, cada um sabe de seus erros e não assumí-los e e corrigí-los é, no mínimo, muita covardia. Tanta covardia quanto deixar-se abater por esses erros e estagnar-se. O problema do movimento é que ele sempre depende de um ponto de vista.
Leis Naturais.
Acredito que nelas exista a verdade, essas leis regem o mundo. Leis naturais garantem que vocês/nós vamos morrer, quase nada dura para sempre, e lembrar da morte nos garante uma valorização do peso da vida e do peso dos erros e do peso do medos... Da intensidade, violência e ímpeto do espírito, das paixões!
Talvez sinta uma melancolia hiperbólica, uma amor extremo, uma tristeza profunda ou uma alegria duradoura, minhas paixões são intensas, radicais e nada e ninguém vai mudar isso, não há algo com esse poder. Se elas são intensamente boas ou radicalmente péssimas, como o amor e ódio, são minhas e de mais ninguém, portanto, não me aponte, não me julgue, nem mesmo cite meu nome. Cala-te! Olha para tí e reconheça o que tu és! Repuguine-se à tua insignificância! Tinha medo antes, um medo de fracassar como pessoa, e talvez tenha fracassado, mas continuei sendo eu mesmo. Agora sei do que tenho medo, e talvez ainda seja o mesmo, talvez não. Tenho medo de me tornar aquilo que tanto crítico, que tanto desprezo, aquilo que gera asco, repugnância...
Eu odeio estar aqui!!

Livro: O Louco - Gibran Khalil Gibran (...encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.);
Som: Wishbone Ash - Errors Of my Way (assumir seus erros é uma das coisas mais importantes para que se evite uma decepção futura, pois como humanos decepcionamos, geralmente, hipocritamente, mais com os outros do que com nós mesmos, por não assumirmos nossos erros);
Filme: Estamira (absolutamente todo mundo merece um bom tapa na cara);
Maldição: "O conhecimento é uma coisa admirável, mas é bom recordar que nada do que vale a pena saber pode ser ensinado" (será que há alguma coisa a se considerar sobre isso?!;
PS: queria escrever sobre outra coisa hoje, o amor, mas faltou um pouco de ímpeto. Na próxima vou publicar um texto bem antigo, de quando era jovem e mais são, menos radical, ou vice-versa, nunca lembro! Mas o amor não vai me escapar, alguém lhe precisa dizer umas boas e duras verdades!!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Tudo ao mesmo tempo agora, ou, tudo como o vázio do espaço...

Em vez de amor, dinheiro, fé, fama, eqüidade... me dê a verdade!
Defina uma palavra importante, uma palavra forte, a palavra da sua vida! Ou melhor, sua vida pode ser resumida em uma palavra?
Quando alguém perguntou isso, pensei em um zilhão de palavras de A à Z. Mas a resposta era simples, um substantivo masculino  que não é usado vulgarmente, elã. Como seria confuso explicar o que entendo por elã, procurei um sinônimo melhor: encontrei ímpeto e fúria e espírito. Fúria certamente geraria uma certa confusão de  conceitos. Ímpeto e Espírito, são duas palavras que gosto muito, e sempre dizem algo sobre nós/mim. Espírito pode também realizar uma certa confusão de conceitos, transcendental e/ou religioso. Ímpeto é a palavra da minha vida, pelo menos agora!
Mas a palavra, assim como as ações, são desprovidas de alma, se não estão/são condizentes e fieis as tuas idéias. E parece-me bastante insensato um ímpeto sem alma. O que ocorre, e com freqüência! Perde-se o ímpeto para realizar determinadas ações que nos assombram, assustam, como crianças após um filme te terror, que tem medo de olhar em baixo da cama ou de apagar a luz do quarto. O medo de destruir laços que nos remetem a uma História, a nossa história, construída sobre um feliz alicerce, mas com um desmoronamento caótico. Esquecer o sabor de um primeiro/último/único beijo de alguém que você sabe desejar e jamais vai ter, pois, o passado continua assombrando, e os escombros do mundo pesam sobre seus ombros. Arrumar uma série de fotos, e conseqüentemente, os fatos do passado, sem muito sucesso, pois ao tentar comparar suas cicatrizes, verifica que está sozinho e não há com quem comparar e decidir quem é o pior.
E por fim o ímpeto sempre perde sua alma com uma palavrinha simples: Queria. Pois todos queriam algo, sempre. Queriam uma vida diferente, uma amor seguro, alguém para abraçar, alguém para dizer: eu te amo, e que isso fosse verdadeiro, uma mão para escrever uma estória com final feliz, alguém para abraçar no inverno, um local diferente para se estar, não ter  feito isso, não ter dito aquilo, e até mesmo uma criaturazinha felpudinha do Inferno para imolar em nome de algo. A lista do queria é enorme, o passado condena e o passado, quase sempre condena o futuro. Não lembrar parece ser a unica solução, como uma ebriedade constante, passando todos os dias esquecendo o anterior, sem lembrança, sem História, sem estória, sem erros ou acertos. Não queria nada, desejar a verdade, a liberdade ou algo como a felicidade, é uma tarefa que acaba por destruir todo o ímpeto existente. As infinitas possibilidades do universo parecem sempre afastar as coisas ao redor, e acabam por destruir o espírito! Desculpe Universo, sou algo de convictas idéias, o chão não é o bastante, não queria levantar todas as vezes; levanto todas as vezes, não há queda suficientemente alta, a unica coisa que muda é a quantidade de pó e sangue a serem limpos...
"Darei qualquer coisa por você", é uma das coisas mais belas que podem ser ditas a alguém, basta penas saber quem, quando, e porquê! Como classificar a importância de um momento? É possível fazê-lo no decorrer do momento? Depois das impressões do momento seria correto classificá-lo? É possível ao menos definir um momento?
Basta apenas agora, desistir do peso e do erro e do medo e todas as conseqüências mais da intensidade, do ímpeto, do espírito? Chame como quiser...
E um dia poder ver o sol nascer e dizer para alguém que esteja ao seu lado: Está tudo bem, é um lino dia de sol para se viver...
Enquanto isso, noites e dias desperto, com os olhos cheios de fúria, o coração cheio de um som esquisto, como um cântico de guerra ou um hino aos mortos, as mãos se mexendo tão rapído quanto a mente exige... Eu odeio, muito, estar aqui!

Livro: Guerra e Paz - Liev Tolstói (porque a dicotomia de conceitos é a unica coisa que ainda pode manter alguém sustentado pelo vázio!);
Som: Third Eye Blind - Anything;
Filme: Reine Sobre Mim (ninguém pode estar tão isolado do Tudo à ponto de não encontrar seu caminho de volta (infelizmente?!);
Maldição: Somos o resultado inevitável de nossas tragédias!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O que da mais raiva é ver o sol nascer todos os dias...

O que importa ter algo a dizer, se nem mesmo deseja ouvir!
Do que adianta sentir algo, se é o Vazio que preenche!
Que raios!!! Desejar apenas um fosso, escuro o suficiente, fundo o suficiente!
O que Deus não abençoa, o Diabo condena?, ou abraça?
A vida da voltas demais, por isso enjoa.
A vida é uma força proibitiva humana!

Som: Rise Against - Swing Life Away;
Livro: Mate-me Por Favor - Larry "Legs" McNeil e Gilliam McCain;
Filme: Coisas Belas e Sujas;
Maldição: Ver o sol nascer todos os dias...

sábado, 7 de agosto de 2010

Marshall McLuhan, ou, The Spirit, o necrófilo

"With silence comes peace;
With peace comes freedom;
With freedom comes silence..."
Numa discussão com uma amiga me deparei com algumas questões sobre o conhecimento, e que me fizeram lembrar do velho McLuhan, e do conhecimento passamos para tecnologia e uma coisa leva a outra, não lembro onde terminou, se é que terminou. Sinal de que foi uma boa discussão. Mas o que há de importante nisso, é o mundo a nossa volta, a grande aldeia global.
Em 1982 pelas mãos de Hampton Fancher e David Peoples, baseados nos pesadelos vindos do futuro de Philip K. Dick, alguém disse: A cidade está morta. Em 2008, Gabriel Macht, interpretando o Spirit de Will Eisner, reinterpretado por Frank Miller, disse: A cidade é minha garota, é minha amante, e Ela esta viva.
Concordo com ambos (com exceção da parte da garota/amante), e concordar com ambos é, logicamente, o mesmo que dizer que ambos estão errados. Mas concordo com ambos, pois estão certos. Se você concorda com uma idéia, deve também concordar com sua antítese.
Basicamente vamos estabelecer, segundo McLuhan, que: Aldeia global quer dizer simplesmente que o progresso tecnológico reduziu todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia, ou seja, a possibilidade de se intercomunicar diretamente com qualquer pessoa que nela vive, e saber tudo sobre todos. Todos imaginam como deve ser viver um uma aldeia!
Meu ponto segue que não é mais uma aldeia, pois cada oca agora abriga uma cultura diferente, cada habitante de cada oca possuí hábitos diferentes,e não é mais uma aldeia, é uma cidade de múltiplas culturas convergindo.
E isso deveria, a menos, nos tornar mais próximos. O que não ocorre! As proximidades são plásticas, falsas, contabilizamos amigos por contadores digitais e conexões virtuais, o calor humano se perdeu. Somos um bando de seres famintos, por tudo, nunca satisfeitos com nada. A cada dia que nasce na cidade, temos novos consumos, novas pseudopaixões. Não percebemos mais que estamos consumindo a nós mesmos, viciados em paixões, que nem isso chegam a ser, por sua efemeridade e falta de objetividade.
Esquecemos do silêncio, devido ao barulho intenso da Cidade;
Esquecemos da paz, devido ao caos da Cidade;
Esquecemos da liberdade, devido a uma escravidão de consumo;
Minhas paixões são intensas, tanto as boas quanto as ruins, esculpidas no espírito e guardadas no coração, e é assim que gosto delas. Mas me parece que com isso uma espécie de toque de Midas reverso acompanha. Ao estar cativado, de alguma forma, pelas pessoas, faz com que elas se afastem. Na multicultura da Cidade, em meio aos seus bilhões de habitantes, parece faltar um lugar para estar, é por isso que...
Eu odeio estar aqui!

Livro: Confiança e Medo na Cidade - Zygmut Bauman
Som: Poets of The Fall - Illusion & Dreams
Filme: Metrópolis - Fritz Lang
Maldição: Amaldiçoou umas coisas chamadas: caráter, educação e conhecimento!
Questiona-me!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Pensamentos se tornam coisas?, ou, e se...

Alguém comentou, recentemente, que a palavra ódio, pode ser muito ofensiva. Não concordo com isso, porque palavras não são nada além de ondas ou sinais gráficos. O que da sentido, referência e significado as palavras, à linguagem, é o meio onde ela se propaga, as pessoas que as proferem ou escrevem, o que pensamos no momento que as falamos-escrevemos. De uma maneira que extrapola a ontologia, ou a desconsidera, nossos pensamentos se concretizam, materializam de alguma forma, sempre, sem exceção. Isso de maneira alguma teria algo a ver com pensamentos positivos trazem coisas positivas e seu contrário, isso relaciona-se com o simples fato de que o que pensamos existe, pelo menos, no momento em que o pensamos.
Deparamo-nos com um problema quando aquelas duas palavrinhas que assombram todos nós, aparecem: e se... Quando nos deparamos com essas palavras, tudo se desmorona e reconstrói, simultaneamente. O passado se corrompe e o futuro se constrói, e no instante seguinte tudo se torna pó, fumaça. Um tipo de truque de presdigitadores, aqui está e agora não mais está! A cada escolha, nos tornamos algo diferente. Somos o resultado, inevitável, de nossas tragédias. Cada escolha, uma morte. Segundo Chopra, 99% das nossas células (não sei a veracidade disso, li num livro) morrem ao longo de um ano, então no decorrer de aproximadamente 365 dias, praticamente morremos. Poderíamos considerar plausível, até mesmo, dizer que passamos mais tempo mortos do que vivos. Ou não!
Mas a morte, os mortos, ou mesmo a vida não me preocupam, os vivos sim, esses me preocupam muito. Como uma espécie pareidolia, eu procuro por faces, mas depois acabo por lembrar-me que não são objetos, quanto mais inanimados, são seres humanos, "abrigados" em suas bolhas. Esses vivos me assombram, me assustam e hoje em dia, não há ninguém ao lado para segurar a mão e enfrentar o mundo, enfrentar o medo...
A solidão não assusta, as companhias que não queremos, sim. "Detesto quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia."
Mas assim é o mundo, é a vida e eu jamais vou me acomodar com isso, já aprendi que não é possível abrir os olhos do mundo para algo além da vidinha vazia num mundo ilusório de propaganda de sorvetes, cada um precisa, se é que precisa, fazer isso sozinho, precisa querer isso. Enquanto isso, continuo aqui, cheio de um espaço que às vezes quero que seja preenchido, e demonstro querê-lo num completo vácuo, permaneço me abrigando do mundo sob um manto de prolixidade e ebriedade recorrente. É por isso que...
Eu odeio estar aqui!

Livro: Cultura da Convergência - Henry Jenkins;
Som: Audra Mae & The Forest Rangers - Forever Young (uma regravação de Bob Dylan, muito interessante);
Filme: Substitutos; Equilibrium e Watchmen (três filmes que falam sobre a mesma coisa: escolhas; o que abdicamos e o que abraçamos e o que destruímos e o peso delas... );
Maldição: Amaldiçoou a capacidade de se importar de mais, de sentir de mais. Por que o que basta, obviamente é o suficiente e o que a demasiado, leva aos vícios e vicissitudes;

segunda-feira, 26 de julho de 2010

No quotes, ou, Quero...

"Texto do último sábado, um dia frio. Mas cheio de som e fúria e esperança..."
O mundo se mostra um bom lugar, e o mundo se mostra um lugar terrível, normalmente terrível. Penso que sempre temos medo de perder e de ganhar também, muito mais de ganhar. Normalmente os loros da vitória trazem consigo um fardo pesado demais. Quem já se acostumou com a derrota, ou pensa de mais, ou pensa de menos. Quem apenas pensa na vitória, no sucesso, não alcança o sossego de espírito e coração. 
Quero um caminho do meio. 
Quero passar um dia, ao menos um dia, sem odiar estar aqui, sem odiar ninguém; ser como os outros seres humanos que dizem estar aproveitando desse tal delírio universal, essa tal felicidade. Não coloar nos ombros os espólios do sucesso-fracasso da humanidade e assim, dessa maneira egoísta acordar e dormir com o coração e espírito tranqüilos. Abraçar e chorar com alguém, ou não chorar sozinho. Colocar essas armaduras e máscaras que já fazem parte da formação psico-biológica dos homens. Passar um dia embarcado nessa vicissitude. 
Queria passar por esse dia para que possa demonstrar que meu ódio não é irracional e que também não é um ódio do tipo agressivo fisicamente, que mesmo odiando estar aqui é possível atingir uma alegria, um contentamento, e talvez até mesmo esse delírio universal. Quero passar por esse dia e provar que as armaduras e máscaras fazem justamente o contrário do que se propõem, elas não nos protegem ou camuflam das outras pessoal, elas nos tornam todos igualmente (in)diferentes, e nos afastam uns dos outros, as vezes, até mesmo, de uma maneira próxima. Quero passar por esse dia para demonstrar que mesmo odiando estar aqui, tem muito espaço no espírito e no coração para ser ocupado por alguém com que possa estar abraçado e chorar, não simplesmente abraçar e beijar alguém exclusivamente para se manter aquecido no inverno ou espantar a solidão. A solidão ainda é melhor do que a tentativa de espantá-la com alguém que você não ama! 
Tudo isso é muito difícil, complexo e por que não, radical; mas nunca duvido das minhas-nossas capacidades de mudança, e por isso, hoje... 
Eu não gosto muito de estar aqui! 


Livro: A Arte de ser feliz - Arthur Schopenhauer; 

Som: Megh Stock - Sofá Emprestado;

Filme: Menina dos Olhos (quando tudo dá errado, vai passar, e o tal delírio universal pode ser abordado); 

Maldição: amaldiçoou a falta de capacidade de acabar com a tristeza daqueles que são queridos, enquanto é sempre possível espalhar o ódio.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Demonios Interiores,ou, por que temos medo do escuro....

"And I,
I want you know;
Everyone's got to face down the demons;
Maybe today
We cant put the past away;
I wish you would step back from that ledge..."
De início, ninguém é inocente. Absolutamente ninguém. Mas nem por isso temos que ser julgados o tempo todo. Ou mesmo sentirmos a culpa por nossos pecados o tempo todo. Como seres humanos somos fadados ao erro. Mas nem por isso devemos simplesmente deixar as coisas acontecerem por acontecer, sem o menor esforço para acertar. O mínimo que se espera de seres racionais é dar o melhor de si para fazer a melhor coisa possível.
Infelizmente a maioria dose seres (ir)racionais do planeta não pensa assim. Sinto me como um maldito parnasian, que ao invés de um torre de marfim, se esconde numa torre de ódio, evitando contato dos os demais. Gargalhando durante a noite, ao observar os que os outros fazem quando a escuridão chega, quando as sombras dominam. Estudo demonstrar que agimos ainda pior quando estamos no escuro, mesmo na penumbra, mesmo com óculos escuros. Algo como um conforto que as trevas nos trazem, deixamos aflorar nosso lado negro, nossos demônios, e nos sentimos seguros. E isso não é algo premeditado, nosso cérebro desenvolvido o faz instintivamente, seja lá o que for esse instinto. Ou seja, podemos considerar que somos naturalmente hipócritas, falsos.
Eu não queria, não quero, ser assim. Quero um lugar melhor, pessoas melhores, e mesmo que fugisse, não encontraria tal lugar entre os meus semelhantes, por isso minha torre de ódio sempre se mostra tão confortável. Sozinho a companhia não é das melhores, mas é melhor que a maioria dos seres (des)humanos, mas sempre encontro conforto, e confronto, com meus fiéis escudeiros. Sempre é possível se esquecer, provisoriamente, da realidade que nos oprime através da embriagues, a embriagues poética de Baudelaire: Il faut être toujours ivre. Tout est là: c'est l'unique question. Pour ne pas sentir l'horrible fardeau du Temps qui brise vos épaules et vous penche vers la terre, il faut vous enivrer sans trêve. Mais de quoi? De vin, de poésie ou de vertu, à votre guise. Mais enivrez-vous.
O que nos faz termer a escuridão não são os monstros imaginários que ocupam sombras, criaturas em baixo das camas ou alienígenas no armário. Essas são peças que nossa imaginação infantil nos prega, quando crescemos e nos damos conta disso, tememos a escuridão porque descobrimos que os monstros somos nós mesmos. Vemos os fantasmas, fantasmas cansados, esses são os fantasmas de nossos erros assombrando nossas noites. Cimitarras que danças brilhantes na noite, vindo cortar-nos a cabeça, como se isso redimisse nossa culpa. Criamos seres para nos representar, quando somos bons ou maus; mas Deus e o Diabo não recebem julgamentos morais, nós sim.
Me terrífico com nossa/minha monstruosidade, já derramei inumeras lágrimas por isso, mas cansei delas, elas não resolvem os problemas, aliviam a tensão, mas é só. Cansei de ficar vendo o tempo passar, e me impressiona muito o quanto perdemos tempo vendo o tempo passar; ficamos vendo o tempo passar nos 15 minutos finais de uma aula entendiante, ficamos vendo o tempo passar nos 10 minutos antes do final do expediente, ficamos esperando o dia raiar na cama ao lado de alguém que não amamos, não vemos a hora da  boca de alguém que não queríamos estar beijando se afaste da nossa, e cada um de nós pode lembrar desses e de outros exemplos que marcam nossas vidas...
É hora de enfrentar os demônios, encarar nossos erros do passado com um martelo e destruí-los para que das ruínas erga-se um futuro cintilante, oriundo do caos. Sejamos pessoas melhores, para que a escuridão deixe de nos provocar medo, deixemos de praticar os atos atrozes na escuridão, pois mesmo na escuridão, alguém sempre torna-se ciente do que fazemos.
Entre os ratos e vermes chafurdando na lama me sinto entre os meus, pois eles são puramente isso, ratos e vermes, sem hipocrisias, falsidades, efemeridades e sentimentos vázios. Diferente daqueles que físcamente se assemelham a mim, cada vez mais parece ser a maneira de prosseguir, cada vez é mais difícil de prosseguir, é por isso que...
Eu odeio estar aqui!


Livro: O Suicido - Emile Durkheim;
Filme: Die Welle - A Onda (porque infelizmente os seres humanos não sabem vivem com liberdade e demonstram seu melhor e pior sobre quando em estado ditatorial);
Som: System of a Down - Innervision;
Maldição: Que tal amaldiçoar as incontavéis vezes que acertamos, quando deveríamos ter errado; quando a verdade era clara e escolhemos a escuridão, quando mesmo sabendo o que dizer e o que fazer, era exatamente o oposto que realizávamos;
Questiona-me...

domingo, 18 de julho de 2010

Um passado distante, ou, Tentativa...

Alguns dias atrás me deparei com lembranças físicas de uma passado a muito ido. Lembrei das pessoas desse passado, das que aqui ainda estão e das que não mais estão. Lembrei de todos os erros que cometi e pensei se ainda os cometeria, e com isso percebi algo: 13 anos atrás não pensava muito diferente de agora! E a lembrança era essa...

Tentativa
Pense num poeta criando um verso.
Ou ao menos, tentando criá-lo.
Pense nele juntado palavras,
sendo indiferente,
bebendo uma cervejinha,
rasgando emoções;
procurando nas estrelas, nas construções e nos ruídos
um algo mais
que derrube as barreiras da solidão.
Disfarçando ilusões (realizo em gesto seguro na calada da noite
além do obscuro).
Prece-lhe que os choques tornam-se raros e os amores pouco profundos. Onde buscar o tom que encante a solidão?
Uma gaivota no mar da ilustração,
uma cantiga de roda,
um olhar perdido.
Pense em um poeta exausto de esperar o encanto e cansado por repintar cores.
A cerveja se vai pela garganta a baixo,
um suspiro profundo.
A gaivota some por entres as nuvens do entardecer.
Seria divertido liberar emoções,
reunir os amigos num bate papo,
depois de uma vodka de despedida e uma noite de amor.
Entretanto,
a imaginação se desfaz e a página permanece vazia.
É doidice prometer a si mesmo uma vida de vitórias momentâneas ou eternas.
então a poesia fica guardada,
fica perdida no coração reprimido.
As ilusões tornam-se fantasmas.
É difícil pensar em um Deus e desenhar sua face num mundo singular.
É melhor esperar pelo acaso.

Escrevi isso nos idos de 97, e é muito estranho verificar como posso ser tão igual e tão diferente de mim mesmo no decorrer dos anos. Talvez tenha perdido algo pelo caminho, talvez tenha encontrado algo pelo caminho, e talvez nem exista um caminho. Mas me orgulho muito de ser quem sou e pensar o que penso, por isso...
Eu odeio estar aqui!

Livro: Fundação - Isaac Asimov (cuidado com o futuro da humanidade);
Som: Qualquer Cat Power hoje está valendo!
Filme:
Den Osynlige - Invisível (surpreenda-se);
Maldição: A falta de razão e sensibilidade nas pessoas, e a minha inocência e burrice, por ainda acreditar em algumas delas...
Questiona-me...