sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Nostalgia, ou, A Morte que veste branco

Um texto antigo, de uma época em que as coisas ainda não eram tão cheias de som e fúria, uma época que sobrava vontade sem significado, uma época em que o ímpeto não era tudo, uma época de desejos e sonhos. Tolices...
O brilho das estrelas é prata
O vestido da virgem é branco
O pecado é a dor quem mata
Porque o pavor da morte é o pranto
E por que não seria?

A seiva da vida se perde
O fruto da árvore caí
E quando nada de vida se pede
A morte que veste branco lhe atraí.
E por que não seria?

Agora que nada mais resta
E o corpo que sem amor jaz em torpor
Então por que a pressa?
Se a morte que veste branco não lhe traz desamor
E por que não seria?

E agora que nada da vida
Me impede de calar-me
Que mal teria sua vinda
Já que a morte que veste branco vem ceifar-me
E por que não seria?

O brilho que já não é mais prata
Agora veste um manto
Que é da cor de quem mata
A Morte que veste branco
E quando seria?
Zeka 2001

Um comentário:

  1. A morte veste branco parece aquilo que aconteceu comigo há um ano atrás. Mas não foi ruim. Embora algumas delas sejam muito ruins e dolorosas.

    Não sabia deste teu lado poético.

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