quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Tudo bem?, ou, a hipocrisia da crítica

"- Oi, tudo bem?
- Tudo bem...
...fora o tédio que me consome,
todas 24 horas do dia,
fora a decepção de ontem a decepção de hoje,
e a desesperança crônica no amanhã,
tenho vontade de chorar,
raiva de não poder,
quero gritar até ficar rouco,
quero gritar até ficar louco,
isso sem contar com a ânsia de vômito,
reação a tal pergunta idiota.
...Fora tudo isso, tudo bem."

Oi! Tudo bem? (Perguntas são para quem tem coragem, e já caiu. Pois todos pensam ter respostas para tudo!)
Nada mais cretino que encontrar alguém e fazer essa pergunta. Seguem algumas considerações sobre isso:
a) - Tudo bem. E com você?
- Também.
Ou seja, pura hipocrisia, cegueira, burrice, sei lá. Contemple o Caos, olhe o mundo, tudo vai de mal a pior.
b) A música a cima. O que desencadeia algo como:
- Nossa, que pessoa carrancuda, chata, taciturna, chata, mau-humorada.
Gargalhada. Ou seja quem responde ou é muito cego, ou muito burro, ou muito cego e burro.
(Restaria ainda um outra opção, "c", que, basicamente, seria como a opção "b", mas dita  de uma maneira mais gentil, educada, coisas assim. Desconsidero-a).
Tudo bem, pode se considerar um pouco de exagero da minha parte levar tão a sério todas as mazelas do mundo. Mas todos os dias quando o sol nasce, me permito lembrar de nossa pequenez frente ao universo, e também de nossa também pequena, mas importante passagem frente a cada um dos outros 6 bilhões de malditos seres desse planeta!
Me pergunto se não é realmente válido considerar que esteja me criticando de mais, ou algo assim! Não acredito nisso, cada um sabe de seus erros e não assumí-los e e corrigí-los é, no mínimo, muita covardia. Tanta covardia quanto deixar-se abater por esses erros e estagnar-se. O problema do movimento é que ele sempre depende de um ponto de vista.
Leis Naturais.
Acredito que nelas exista a verdade, essas leis regem o mundo. Leis naturais garantem que vocês/nós vamos morrer, quase nada dura para sempre, e lembrar da morte nos garante uma valorização do peso da vida e do peso dos erros e do peso do medos... Da intensidade, violência e ímpeto do espírito, das paixões!
Talvez sinta uma melancolia hiperbólica, uma amor extremo, uma tristeza profunda ou uma alegria duradoura, minhas paixões são intensas, radicais e nada e ninguém vai mudar isso, não há algo com esse poder. Se elas são intensamente boas ou radicalmente péssimas, como o amor e ódio, são minhas e de mais ninguém, portanto, não me aponte, não me julgue, nem mesmo cite meu nome. Cala-te! Olha para tí e reconheça o que tu és! Repuguine-se à tua insignificância! Tinha medo antes, um medo de fracassar como pessoa, e talvez tenha fracassado, mas continuei sendo eu mesmo. Agora sei do que tenho medo, e talvez ainda seja o mesmo, talvez não. Tenho medo de me tornar aquilo que tanto crítico, que tanto desprezo, aquilo que gera asco, repugnância...
Eu odeio estar aqui!!

Livro: O Louco - Gibran Khalil Gibran (...encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.);
Som: Wishbone Ash - Errors Of my Way (assumir seus erros é uma das coisas mais importantes para que se evite uma decepção futura, pois como humanos decepcionamos, geralmente, hipocritamente, mais com os outros do que com nós mesmos, por não assumirmos nossos erros);
Filme: Estamira (absolutamente todo mundo merece um bom tapa na cara);
Maldição: "O conhecimento é uma coisa admirável, mas é bom recordar que nada do que vale a pena saber pode ser ensinado" (será que há alguma coisa a se considerar sobre isso?!;
PS: queria escrever sobre outra coisa hoje, o amor, mas faltou um pouco de ímpeto. Na próxima vou publicar um texto bem antigo, de quando era jovem e mais são, menos radical, ou vice-versa, nunca lembro! Mas o amor não vai me escapar, alguém lhe precisa dizer umas boas e duras verdades!!

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