segunda-feira, 23 de agosto de 2010

E se, ou, Resistindo ao arrastão global!

Mas exibindo seus reluzentes celulares digitais, palm-tops, pára-brisas blindados e bonés Nike, esses são apenas os patéticos vilões da nossa história. Para enquadrarmos os heróis, temos que deslocar o cenário. Visualizemos uma zona metropolitana de um mercado decadente, berço de um verdadeiro exército de desajustados batedores. Becos da fome... Cassetetes... Escopetas... Nesse ambiente hostil, a senha para a sobrevivência consiste numa resposta equilibrada para um recorrente conflito.
Facilmente as pessoas conseguem erguer seu indicador e apontar! Sinto um tremento desconforto quando alguém aponta, não me importa ser apontado, todos que apontam com julgamento, sequer olham para sí, meu desconforto é pelo que eles dizem/pensam: Por que ser assim? 
Ninguém nunca define o "assim"!
Me arrisco a definí-lo porque não tenho medo do questionamento. Assim: chato, cisudo, carrancudo, 
radical, fúrioso, espirituoso, ocasionalmento ébrio, melancólico, triste, incomodado?
(Palavras malditas) E se... não for nada disso? E se, simplesmente não for, ou me fizer, de cego ou louco. Certamente não sou cego, posso ser míope e astigmático, mas não cego. E certamente não sou burro, no máximo inconseqüente. Desculpe, sinto o mundo, não consigo e nem posso deixar sentí-lo.
Não venha me dizer que esses pequenos, poucos e efêmeros momentos de contentamento são a felicidade! A felicidade não é como uma chama ao vento, uma sombra que chega a luz. Não pense que a Felicidade é como uma nuvem, quando do alto você se atira e pensa que ela vai segurá-lo. Óh não, não se engane. Ao atravessá-la você nota que se enganou, e a cada nova nuvem persiste em enganar-se. Veja o solo, encare-o, e talvez você encontre algo em que possa se agarrar, do contrário, aproveite a viagem!
Não teria problema algum, como Diógenes, em erguer a lamparina, durante o dia, e sair como um louco
no meio da Cidade, na multidão plástica de pessoas vazias, berrando: eu procuro o Bem, o Bom, o Amor, a Liberdade, a Felicidade.
Prudhon me ensinou sobre a pobreza, Victor Hugo sobre a miséria, o Mundo e as pessoas sobre a ganância e a superficialidade e o desperdício e o excesso e o materialismo. Não me venha discutir a Felicidade baseado no que tenho, na saúde, educação, etc. Isso não depende do Destino, do Acaso, da Fortuna, do Caos. A Felicidade, como a má-sorte, é um acaso, depende do Destino, da Fortuna. Você tropeça, esbarra, ou ela simplesmente caí do céu em seu colo. Minha vontade, meu ímpeto, minha dedicação, meu espírito, não trazem a felicidade, podem trazer um conforto seguro. Que se desvirtuado nos leva ao uma zona segura de estagnação, que pode ser confundida com Felicidade, pseudo-Felicidade. Óh não, não me venha falar disso...
A cada novo dia desejo que alguém me destrua, me quebre, me prove que estou errado, e que
a Felicidade é possível! Mas ninguém o faz, e continuam apontado e dizendo: o problema é você!, porque ser assim? Sou assim porque acredito em conceitos absolutos: Felicidade, Amor, Liberdade. Será possível estar meio-feliz?, meio-apaixonado (aqui escrevo sobre o Amor não as paixões)?, meio-livre? Se existirem, não servem para mim!, não sou um corpo pela metade, pode ser para aqueles que habitam o esse meio-Mundo, e quando escrevo meio-mundo, parafraseio Fred Zero 4: Não, não, não estamos falando só de macroeconomia ou geopolítica. Estamos falando de mutações, instituições, partidos, valores e concepções (religiões, no final das contas) que se anulam ou se reciclam vulgarmente a cada rotação da terra. De almas e mentes mutantes. Dos abjetos seres PDM – Portadores de Deficiência Moral.
Sou uma pessoa completa quero sentir tudo ao mesmo tempo agora, ouça o silêncio do tempo passando, não quero arrependimento, quero sentimentos completos, avassaladores. Quero o Amor, a Felicidade, a Verdade, a Liberdade. Óh não, não me venham com suas mentes pequenas salientarem minha loucura, não sou como vocês, talvez esteja errado. E hoje, hoje não há um: Eu Odeio Estar Aqui! Hoje é E se...
E SE... FODAM VOCÊS!!!



Livro: Sociedade Individualizada - Zygmunt Bauman (por que é bastante complicado entender como é possível esse coletivo individualizado em que vivemos hoje, essa falsidade estampada em todos as faces cobertas de uma maquilagem universal: a hipocrisia!)
Som: Mundo Livre S.A - Batedores;
Filme: Was tun, wenn's Brennt? - O que fazer em caso de incêndio? (... deixe queimar!!!);
Maldição: toda essa noção falsa de felicidade estampada em livros nas seções de auto ajuda, essa doença coletiva que nos leva a buscar nosso sentido em pseudo-ciências, a estagnação generalizada onde alguns ainda crêem estarem em movimento;
PS: isso deveria ter sido publicado na sexta, mas, enfim, não deu!

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