terça-feira, 27 de maio de 2014

Das facilidades do ódio, ou, sempre seremos os nossos próprios monstros!

É muito fácil sentir ódio! Não isso que as pessoas dizem sentir quando falam algo do tipo: odeio ele, odeio esse livro, odeio brócolis!
Isso não é ódio, o ódio é um sentimento puro, ímpar! E certamente se o amor for um sentimento e não uma série de reações químicas, o ódio nunca será a sua antítese! Ele é muito maior que isso!!
Então, fica muito difícil não odiar. Odiar pessoas, coisas que não são coisa e coisas que são coisas também, instituições, situações, sentimentos, etc... o ódio desperto, é praticamente incontrolável!
Mas sentir o ódio, não torna você uma máquina genocida, um serial killer, ou coisa do tipo! Não ele abre seu campo de percepção, arranca as máscaras do mundinho propaganda de sorvete, você vê o mundo sangrando, o tempo todo!
Seu espírito está destruído, e o um prazer surge de ver tudo sangrando! Não qualquer prazer, um prazer hediondo, o prazer de ver o mundo desvelado, um prazer cheio de rancor e amargura, tristeza e solidão, terror e angustia! Mas tenha certeza, o mundo, imaginativamente dotado de uma Vontade, também têm prazer em te ver sangrando, e não só figurativamente!
Nesse ponto, o ódio, e apenas o ódio é um sentimento válido, um sentimento que faz sentido, o único sentimento real, e infelizmente o único sentimento que vai te salvar do mundo. E ele assume o controle, mesmo que você não queira, seus reflexos contra o mundo são orientado não mais pela razão, mas pelo ódio! Mas ele não pode te salvar de você mesmo, não mais!
É quando você, num breve lampejo de auto-controle, percebe o que o ódio é capaz de fazer com uma pessoa. E nunca é algo bom! Ele te afasta dos outros, da parte boa de toda escória nojenta que é a humanidade! Ele te transforma em algo que você não é, em algo que você nunca foi!! E pior, em algo que você prometeu que jamais se tornaria...
Tudo isso, é o que você efetivamente têm, coisas que você possuí e coisas que possuem você!
Tudo que se têm, é destruição e remorso!
Tudo isso, todo esse peso das coisas terríveis que você encara na sua mente e sente no seu coração! 
Nisso que chamam vida, não há futuro!
Uma vez, alguém me perguntou: - Porque você se comporta de uma forma como se não houvesse amanhã? Naquele momento simplesmente sabia que o autocontrole era autodestruição e não precisava de nada além disso! Agora, eu sei, não há amanhã! Tudo que se têm é o agora, não existe amanhã, o futuro é puro terror; a finalidade do amanhã, é guardar a morte!
Nessa vida, não tenho, não temos, não há futuro.

E é por isso que eu odeio estar aqui!!

Livro: Domínio da Vida - Aborto, eutanásia, e liberdades individuais - Ronald Dworkin
Som: Sociopath Shitlist - Alabama Thunderpussy
Filme: Era uma vez eu, Verônica (2012 - BR) - Marcelo Gomes

sábado, 10 de maio de 2014

Prolegômenos de uma vida (in)útil!

Quem é você?
O que você quer?
Pelo que vale a pena viver?
Por quem vale a pena viver?
Nem toda dor é patológica!
Nem toda solidão é sozinha!
Nem toda melancolia é triste!
E (in)felizmente nem todo mundo é uma pessoa só, por toda a vida! E a vida, bom, a vida é como usar um cartão do plano de saúde para preparar cocaína!
... e eu ainda odeio estar aqui!!

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Ou por um mundo de verdade ou por absolutamente nada!!


O que você espera do mundo, é o mesmo que você faz pelo mundo?
E entenda mundo como quiser, o mundo como essa bola de lodo chamada Terra, o seu mundo, o mundinho cotidiano, ou qualquer outra dessas coisas!
É um questionamento bastante válido, visto que a maioria de nós, seres humanos, bípedes aplumados com polegares opositores, vive e crê na vã e tola esperança das expectativas! Pouco ou nada fazemos, mas esperamos sempre pelo melhor! Tão doce que me da vontade de vomitar!!
Supervalorizamos todos os ditos conceitos atrelados a felicidades, que levam ao bem, que levam ao bom! E os que fogem dessa cancerosa definição são jogados no fosso do ruim!
Inevitavelmente, sou obrigado a ir contra essa maré de ursinhos-carinhosos, vivendo em propagandas de margarina! O mundo é o terror, a tristeza e dor! E esperar algo diferente disso, é no mínimo, muita tolice!
Acredito nos olhares de decepção!, eles sim fazem com que algo se encaminhe para frente, e para o diabo com elogios, sorrisos e parabenizações! Absolutamente ninguém quer aquele olhar esmagador, aquele olhar de decepção, se repetindo continuamente!
Boas e generosas doses de fracasso, dor e sofrimento, é que impulsionam para algo mais denso, mais complexo e efetivo! Todos esses sorrisos, risadas e histeria do contentamento nos levam para um zona calma, pacífica, neutra, uma zona de conforto conformistas, de falso conforto, nos leva a estagnação!
Tenho uma incrível tendência a fazer listas, para quase tudo, e o que vejo é que elas são justamente fazer planos, criar expectativas! Que o tinhoso leve essas malditas lista para inferno, em chamas. Os planos envolvem sempre "o outro", e esse não passa de um aspecto transfigurado do Inferno, da danação!
Quero a dor, a decepção, a melancolia e tudo mais que há, para mim, só para mim!! Quero me regozijar com toda essa "mazela"! Que os outros nunca saibam desse gozo! Que continuem conformados com seus mundos perfeitos e cheios de contentamento e felicidade e alegria!

"...que final mais adequado para essa farsa, que foi planejada por nós, amigo ódio..."

E no fim, quero mesmo é estar errado o tempo todo, por toda eternidade, errando!
Eu, ainda, odeio estar!

Música: K-SIS - Eu e mais ninguém (eu não sei bem o que quero da vida, ,as eu já sei o que ela quer de mim...);
Livro: Neil Gaiman - O Livro do Cemitério (Por que no fim, é impossível que dois mundos tão diferentes coexistam pacificamente, e não acabem se destruindo!;

Filme: Lars von Trier - Melancholia (-);