sábado, 29 de dezembro de 2012

Fracasso indiferente, ou, demônio de Campos

Numa dada hora você simplesmente TÊM que escrever, seja para destilar seu ódio, seja porque as idéias já não mais cabem na sua cabeça, seja simplesmente porque sua cabeça e dedos decidiram isso por você, e mais uma infinidade de motivos, arbitrários ou não...O problema reside no fato de que quando você decide simplesmente escrever, sem uma unica inspiração, seja ela minimamente razoável a coisa saí meio do controle do raciocínio Você fica perdido num turbilhão de ideias que não se conectam nem entre si e nem com seus dedos.
Um demônio do desespero se apossa de você, e não há nada que se possa fazer... exceto deixar de tentar controlar seus dedos, deixá-los fazerem o que anseiam tanto, uma verborragia sem sentido, ou não!
Uma espécie de exorcismo ocorre; não, seria mais uma espécie de repossessão, um outro demônio toma conta de você, um demônio que simplesmente vai apertando as teclas, sem sequer ler o que elas inserem numa tela branca.
E quando você finalmente percebe o que ocorreu, e lentamente vai recobrando o controle do seu corpo, se dá conta de que talvez, não fossem coisas assim tão sem sentido; se dá conta de que isso deve ocorrer com todos os tipos de escritores, bons, ruins, veteranos ou péssimos. E com isso também se dá conta do porque de alguns deles utilizarem pseudônimos ou heterônimos. Afinal, todos gostam de dar nomes as vozes em suas cabeças!
Todos sentem o peso do mundo sobre suas costas, poucos realmente se importam com isso, e o ato de simplesmente relaxar desse peso escrevendo bobagens atrozes, sei lá, faz bem!
Obviamente, gostaria muito de escrever coisas coesas, bonitas, que despertasse algo nas pessoas, seja nojo ou apresso, mas que de alguma forma, toca-se-as... 
Mas não há problema algum em ser um fracassado, desde que, você saiba como ser!
E se escrever possuído não faz bem para você, FODA-SE! Não é problema meu.

Eu ainda odeio estar aqui!
Livro: Poema em Linha Reta - Fernando Pessoa (mas se achar uma antologia poética dele, também vale!)
Som: Chopin - Noturno

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Paráfrases, Aforismos, ou a falha do budismo para cachaceiros

"Monstros não vivem embaixo das camas, normalmente passam as noites deitados, acordados sobre elas, destilando ódio de seus pensamentos!"

Eu, você, a vadia, ninguém presta (Paráfrase nº1)... talvez uma paráfrase, ou o conteúdo dela em sí, não sejam a melhor maneira de começar a escrever algo; afirmar que ninguém presta, usar a palavra "vadia" e começar com algo que alguém já escreveu antes, certamente não é a melhor maneira de captura leitores!
Mas na verdade não dou a mínima para isso, toda vez que vejo algum tipo de TOP10 dos livros mais vendidos tenho vontade de enfiar uma arma na boca e atirar umas 15 vezes! Mas afinal quem sou para dizer sobre o que as pessoas estão lendo?
Se eu e mais quase ninguém perde tempo lendo toda essa merda que escorre dos meus dedos, se esparramando pelo teclado e formando essa coisa um tanto quanto [faltou uma palavra de caracterização] aqui. Sempre fico na duvida pelos motivos que me levam a escrever, fora execrar um pouco de todo esse ódio pela humanidade que me faz tão bem. Seria pela simples possibilidade de alguém um dia ler, fazer um comentário e contribuir para uma massagem no meu ego? ou seria pelo fato de alguém ler e ter seu ego queimado pelo acidez que, penso, que escrevo?
Pensando bem, os dois motivos são muito parecidos, talvez meu ego sinta-se bem em saber que um outro ego foi ferido! Ou algo muito próximo disso, mas no final seria simplesmente por pura inflamação. Para alcançar um nível de narcisismo hedonista.
E para que porra serve um ego se não é para ser inflamado e destruído! Alguém mais se lembra da consciência dos correspondentes de princípios da realidade, quando não estamos inflamados ou destruídos?
Afinal são todos tão loucos lá fora, que o mais coerente é pensar que não existe consciência, não existe realidade. Afinal, como já dizia a 1ª Regra do Manual do Caçador de Recompensas (Paráfrase nº2): Nunca confie em ninguém! Seja a pessoa do seu lado, a pessoa que você sempre pensa, o cachorro que você pensa que fala com você, o presidente de Vanuatu, eu, a vadia ou até mesmo o demiurgo louco!
Um tal Samuel Langhorne Clemens, também conhecido pelo pseudônimo de Mark Twain, escreveu em Dicas Úteis para uma Vida Fútil - Um Manual para a Maldita Raça Humana, um aforismo que dizia mais ou menos o seguinte: Não crie expectativas, se não você está fudido. Não há como contestar a veracidade da informação do Sr.Clemens-Twain, no entanto eu gostaria muito de complementá-la. Não crie expectativas, se não você está fudido. Deixe os outros criarem expectativas e depois foda com eles!
O senhor Kim Knipfel, em seu livro Ruining it For Everybody, ou A Arte de ser desagradável, tinha me dados ideias muito boas a respeito do ódio pela natureza humana e os seres humanos. Seria algo como: esse comportamento, realmente, se ajuda a piorar o problema, você continua sendo um babaca e às vezes, pior do que os babacas que você tanto crítica.
Hoje acordei não acreditando mais nisso, o Budismo para cachaceiros criado pelo Sr. Knipfel, falhou! Ou você está aqui para fuder com tudo, ou é apenas parte do problema!
Não acredito na palhaçada que a psicologia escreve, criando ou assimilando novos problemas que ela seria a única capaz de resolver. Ego, id, superego... fala sério!

Também, não acredito em mim, e tenho razões bastante sensatas para afirmar isso!
E se você ainda não desistiu depois do "Eu, você, a vadia, ninguém presta...", bem, meus pêsames!
Eu ainda odeio estar aqui (sendo parte do problema ou não)!