sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Do the evolution, ou, valor não é preço!

"gosto das coisas de valor, as que não têm, eu compro!"
5 bilhões de anos de evolução, genética, para chegarmos nessa involução social que somos hoje.
A palavra da década mudou, a globalização de ontem é a sustentabilidade de hoje.
No entanto não vejo possibilidade de afirmar que a globalização falhou, não, a aldeia global do Sr. McLuhan é uma verdade, apesar de estarem cada um na sua oca, com um grande e sonoro FODA-SE para seus vizinhos, socializando-se com milhares de pessoas ao redor do mundo através de interfaces artificias. Que nada mais são do que representações de nossa própria vida, de nossa própria artificialidade.
"Não, não, não estamos falando só de macroeconomia ou geopolítica. Estamos falando de mutações, instituições, partidos, valores e concepções (religiões, no final das contas) que se anulam ou se reciclam vulgarmente a cada rotação da terra. De almas e mentes mutantes. Dos abjetos seres PDM – Portadores de Deficiência Moral"
Mas qualquer observação despretensiosa do mundo, nos revelam o iminente e inevitável fracasso da sustentabilidade. Simplesmente por ser insustentável frente ao egoísmo da espécie humana, simples assim. O profundo conceito do substantivo feminino de 16 letras, não consegue a profundidade necessária para de alguma forma tocar o fundo do posso, onde nos encontramos hoje (e possivelmente até nosso fim). Tudo isso tem muito a ver com grana, uns precisam ceder! E isso simplesmente não vai acontecer porque a história acabou, o capitalismo venceu, salve Fukuyama!
Mas até aí nenhuma novidade. Coexistimos todos num mundo que não vê, (quando ou se)pensamos sobre ele, é através de um milhão de outros tantos observadores e comentadores criteriosos. Perdemos algo, perdemos nosso valor. E esse sim é o ponto: valor.
Esse substantivo masculino, singular, de cinco letras, que ninguém mais sabe, exatamente, como definir. Essa semana duas notícias me chamaram muito a atenção: Virgem vende sua virgindade em site, através da produção de um documentário; e algo sobre pecuaristas do Reino Unida falando sobre a futura falta de bacon em 2013.
Em ambos os casos, nota-se claramente que os seres humanos em algum momento desse (sub)desenvolvimento socio-econimco-cultural, que culminá na atual pós-modernidade ou contemporaneidade  perdeu o sentido do "valor", e o que para mim é ainda pior, pensam que preço é seu sinônimo.
Quem faz sexo por dinheiro, por algo que tenha um "preço", não há como negar, é uma prostitua. Seja essa pessoa, virgem ou não. Agora quando uma criança de 12 anos é "obrigada" pelo Sistema que a oprime, a se dispor ao estupro por migalhas de pão velho e leite azedo, bom, não há preço algum nessa jogada. Só há desvalorização!
Vai faltar bacon no mundo! E?! As pessoas ao redor do mundo se mobilizam para ir contra essa coisa absurda da falta de bacon, milhares de pensadores fazem protestos convictos nas redes sociais virtuais do planeta por esse absurdo! Enquanto falta comida, água, saúde, educação, respeito, (e a lista segue por muito tempo), e aí tudo bem, essas coisas pequenas não afetam essas vidas pequenas, artificiais, falsas e asquerosas.O preço do bacon, vai subir, é a lei de mercado, e o valor das pessoas que tanto se preocuparam com essa terrível consequência do aumento do milho, bem, se ainda for possível, vai diminuir!
Acho que era isso... vou voltar para uma vida de alma miserável, afinal, "sou apenas um reflexo maldito dessa merda!"
Eu odeio estar aqui!

Som: Tolerância Zero - Quem é normal ( ...Proliferação desgraçada de novos assassinos; Violência extrema degradação em massa; Perversão humana comercializada; Já não existe cura para raiva...).
Livro: Vida para consumo: as pessoas transformadas em mercadoria - Zygmunt Bauman (para variar, mais um livro dele).
Filme: God Bless America - Bobcat Goldthwait