terça-feira, 12 de julho de 2011

Sade, Hobbes, Bauman e Thoreau ou, Quero a violência para ímpios e a serenidade para os que merecem!

Quase um mês desde o início da minha experiência antropologia.
E, aparentemente, as coisas mudaram um pouco. Valores e concepções renovados.
Melhor, vou começar do começo, está tudo parecendo meio vago.
Uns 45 dias atrás decidi começar um experiência antropológica, comigo e com o mundo, para (re)avaliar alguns valores, meu ódio e desprezo pelos seres humanos, a hipocrisia da sociedade, o mal canceroso oriundo as grandes cidades, definições sobre misantropia seletiva, entre outros tantos assuntos que normalmente paro para pensar. A experiência basicamente se baseia numa mudança radical, sair do centro urbano onde morava e me estabelecer em uma cidade interiorana, com tudo que há de diferente para ser diferente, claro com a exceção do ser habitada por seres-(des)humanos! (ainda não tive a sorte de ser abduzido, levado aos céus, enviado ao centro da Terra, e coisas desse tipo)
Voltando.
E nesse quase mês que estou aqui, vi coisas que esperava ver mas também vi coisas que sequer havia imaginado.
Felicidade e essas coisas continuam como conceitos muito abstratos para algum tipo de compreensão empírica, talvez aquela frase de que apenas a dor ensina seja muito mais verdadeira do que imaginemos, ou talvez eu seja cada dia mais cego; cada dia minha indiferença me afaste mais da clareza e distinção que tanto busco.
Eu vi as mazelas corruptivas dos seres-(des)humanos por aqui também, sinal de que não é a "grandeza" do meio que nos torna esse treco gosmento e rastejante que somos. No entanto, tive contato com muitas pessoas boas, como poucas tive o prazer de conhecer (não que as ruins não sejam legais, afinal, acredito que as melhores pessoas que já tive o prazer de chamar de amigo não receberiam o rótulo de boas; mas pouco me fod* para pessoas com rótulos, que são coisas importantes em estantes de supermercado!), e muitas delas se tiveram sua formação intelectual-observativa-do-mundo em centro metropolitanos, e ainda mais, algumas pessoas dessas boas tiveram a formação intelectual-observativa-do-mundo formadas aqui mesmo!!
Nunca tive certeza sobre a teoria de Hobbes, que sejamos maus, vis, por natureza; apesar de concordar muito com isso. Mas também pensava que a nossa estrutura social ajudava a construir essa força destrutiva que somos nós...
Agora tenho certeza de que ambos aspectos são inteiramente válidos, mas que nem por isso vamos seguir esse destino fatídico. Cada cumpre o seu destino, ele não (deveria) se dobrar as vontades do outros somos o que fazemos para nós e para os outros. Por isso somos, na grande maioria, os cães do Diabo. Mas também podemos ser úteis!! E as pessoas que se dão conta disso e vão mudando pequenos aspectos de suas vidas seguindo essa ideia, são o que há de mais esquisito e mais bonito na praga da humanidade!!!
Óbvio que todo essa minha briga e desamor com todos, não revela meu lado útil para humanidade, mas até aí, penso que não tenho um! Sou só mais um babaca arrogante vomitando o que ele considera sinceridade para as pessoas que não estão nem ouvindo!
Alguém pode se(me) perguntar: o que eu ganho com isso? Se isso só faz pensar e ver o que há de pior nas pessoas!
E eu respondo, que quero apenas que as pessoas se choquem novamente, que abdiquem dessa liberdade vigiada em nome de algo maior, pois, "se um idiota faz um regra, um imbecil vai segui-lá", e isso não é um futuro, não é uma vida. Quero a liberdade, quero que o mundo volte a nos espantar (de uma maneira fascinantemente boa), quero uma vontade pura, que busque e desperte o que há de melhor em cada um de nós. E principalmente que despertemos dessa "existência de tranquilo desespero"!

Som: Paralamas do Sucesso - O Beco (... nada perturba o meu sono pesado; nada levanta aquele corpo; jogado; nada atrapalha aquele bar ali na esquina; aquela fila de cinema; nada mais me deixa chocado! Nada!...)
Livro: Vidas Desperdiçadas - Zygmunt Bauman (Nosso planeta está cheio, não somente do ponto de vista físico e geográfico, mas também social e político. Já não há mais espaço para esse lixo humano produzido pela sociedade de consumo...)
Filme: Saló, ou, 120 dias de Gomorra (eu vejo os círculos do inferno, eu vejo um retrato do fascismo, e vejo também um retrato da sociedade atual, tudo bem escondidinho, mesmo que numa banheira de merda!)
Pare para pensar!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Vida

"a vida é uma tragédia para aqueles que sentem, e uma comédia para aqueles que pensam..."
O tio Schop geralmente acerta, mas dessa vez eu discordo. A vida, tanto para os que sentem quanto para os que pensam, é sempre uma tragédia. E uma tragecomédia apenas para os Deuses!