sexta-feira, 15 de junho de 2012

Antropologia e Introspecção, ou, pura Dicotomia!


Hoje, o que pensava ser um dado experimento antropológico completa um período de translação, ou um anos, como preferir. Tal experimento, basicamente deveria observar um provável espírito cosmopolita e como ele contribui para a degradação dos seres humanos, e como esse espírito se alimenta das mídias de alienação em massa.
Infelizmente, o que pude averiguar, é que se esse dado espírito existe, e não é fator determinante, é só mais um complemento. Esse espírito também não parece possuir uma razão aritmética com relação a população das cidades. Ele parece simplesmente existir e crescer, não capaz de formular uma ideia geral de seu crescimento, mas ele cresce!
O que despertou o desejo de ausência de um centro urbano, não estava ligada com esse espírito. Estava ligado com uma série de decepções com os outros, alguns bastante próximos por sinal, e outros tão afastados quando um vizinho que não cumprimentamos num elevador, e principalmente comigo. Não queria mais presenciar a ignorância e falta de educação generalizada que compõem a rotina de um centro urbano!
Infelizmente, ou não, o que deveria ser um experimento antropológico acabou se tornando uma incrível e decepcionante jornada introspectiva.
Meus bons amigos tinham, ou ainda tem, o hábito de me chamar de cínico e ou junkie. O que me leva a pensar numa espécie de Diógenes pós-moderno do mundo bizarro ou do universo 52, ou algo muito longe disso. No entanto continua sendo algo extremamente arrogante, desnecessário, vil e completamente imbecil. E não pensava nada disso um período de translação atrás.
A mídia alienante é um câncer, os Estados Unidos da America do Norte, são um câncer, nossa insaciável necessidade de consumo é um câncer, e poderia descrever mais umas centenas, mas infelizmente, o pior de todos eles, sou eu (somos nós). Minha apatia pelo próximo, desprezo pelos seres humanos, estão sempre numa relação interna de amor e ódio, pela minha fé secreta na humanidade e necessitado de ajudar os que merecem (mesmo que quase sempre pense que ninguém merece). Gostaria de ter palavras para explicar isso de maneira mais efetiva, mas acredito que muitas pessoas travem essa mesma guerra de luz e trevas dentro de sí. Me parece algo bastante humano.
Durante esse período de translação tive diversas oportunidades de mostrar a criatura que eu sou, sem nunca me dar conta de como ela era, a minha versão bizarra. E mesmo assim sempre soube como ela era, e me orgulhava disso. E orgulho é algo que nunca vem acompanhado de coisas boas. E eu que sempre me orgulhava de ficar vomitando verdades que as pessoas não queriam ouvir, me orgulhava de debater até levar alguém ao desespero, me orgulhava das noites insones sendo consumido por todas aquelas substância psicotrópicas que consumia. Me orgulhava tanto... de ser algo que eu desprezava, um ser humano comum que não ajuda em nada, pelo contrário, corrompe!
A cidade me mudou? Não, ela não tem essa capacidade! Ela não me toca. Minhas concepções, conceitos e transgressões e visões do mundo mudaram! Continuo lutando uma guerra sem fim entre "me, myself and I", talvez procurando menos autodestruição, menos comportamento psicótico, continuando com velhos pontos de vista, continuando com velhos conceitos, sem nunca saber exatamente o que seria essa pessoa. E na verdade, nunca querendo saber. Viver a dicotomia que somos cada um de nós é a unica explicação minimamente razoável para a vida!
Talvez não seja um cínico, talvez não seja um junkie, talvez nem mesmo punk. Afinal, o punk está morto! E, infelizmente, eu não!
E eu ainda odeio estar aqui!!!

"Where is the sunshine of my mind?
There is no sunshine in my mind!
How can I be everything to everyone?
Where is the sunshine of my mind?
When I don't want to be anything to anyone!
There is no sunshine in my mind!"

Som: Suicidal Tendencies - Self Destruct (essa em especial, mas qualquer uma está valendo hoje!)
Livro: Sobrevivente - Chuck Palahniuk (Seu nascimento é um erro que você vai passar a vida toda tentando corrigir!)
Filme: Á Espera de Turistas (Am Ende kommen Touristen)