segunda-feira, 26 de julho de 2010

No quotes, ou, Quero...

"Texto do último sábado, um dia frio. Mas cheio de som e fúria e esperança..."
O mundo se mostra um bom lugar, e o mundo se mostra um lugar terrível, normalmente terrível. Penso que sempre temos medo de perder e de ganhar também, muito mais de ganhar. Normalmente os loros da vitória trazem consigo um fardo pesado demais. Quem já se acostumou com a derrota, ou pensa de mais, ou pensa de menos. Quem apenas pensa na vitória, no sucesso, não alcança o sossego de espírito e coração. 
Quero um caminho do meio. 
Quero passar um dia, ao menos um dia, sem odiar estar aqui, sem odiar ninguém; ser como os outros seres humanos que dizem estar aproveitando desse tal delírio universal, essa tal felicidade. Não coloar nos ombros os espólios do sucesso-fracasso da humanidade e assim, dessa maneira egoísta acordar e dormir com o coração e espírito tranqüilos. Abraçar e chorar com alguém, ou não chorar sozinho. Colocar essas armaduras e máscaras que já fazem parte da formação psico-biológica dos homens. Passar um dia embarcado nessa vicissitude. 
Queria passar por esse dia para que possa demonstrar que meu ódio não é irracional e que também não é um ódio do tipo agressivo fisicamente, que mesmo odiando estar aqui é possível atingir uma alegria, um contentamento, e talvez até mesmo esse delírio universal. Quero passar por esse dia e provar que as armaduras e máscaras fazem justamente o contrário do que se propõem, elas não nos protegem ou camuflam das outras pessoal, elas nos tornam todos igualmente (in)diferentes, e nos afastam uns dos outros, as vezes, até mesmo, de uma maneira próxima. Quero passar por esse dia para demonstrar que mesmo odiando estar aqui, tem muito espaço no espírito e no coração para ser ocupado por alguém com que possa estar abraçado e chorar, não simplesmente abraçar e beijar alguém exclusivamente para se manter aquecido no inverno ou espantar a solidão. A solidão ainda é melhor do que a tentativa de espantá-la com alguém que você não ama! 
Tudo isso é muito difícil, complexo e por que não, radical; mas nunca duvido das minhas-nossas capacidades de mudança, e por isso, hoje... 
Eu não gosto muito de estar aqui! 


Livro: A Arte de ser feliz - Arthur Schopenhauer; 

Som: Megh Stock - Sofá Emprestado;

Filme: Menina dos Olhos (quando tudo dá errado, vai passar, e o tal delírio universal pode ser abordado); 

Maldição: amaldiçoou a falta de capacidade de acabar com a tristeza daqueles que são queridos, enquanto é sempre possível espalhar o ódio.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Demonios Interiores,ou, por que temos medo do escuro....

"And I,
I want you know;
Everyone's got to face down the demons;
Maybe today
We cant put the past away;
I wish you would step back from that ledge..."
De início, ninguém é inocente. Absolutamente ninguém. Mas nem por isso temos que ser julgados o tempo todo. Ou mesmo sentirmos a culpa por nossos pecados o tempo todo. Como seres humanos somos fadados ao erro. Mas nem por isso devemos simplesmente deixar as coisas acontecerem por acontecer, sem o menor esforço para acertar. O mínimo que se espera de seres racionais é dar o melhor de si para fazer a melhor coisa possível.
Infelizmente a maioria dose seres (ir)racionais do planeta não pensa assim. Sinto me como um maldito parnasian, que ao invés de um torre de marfim, se esconde numa torre de ódio, evitando contato dos os demais. Gargalhando durante a noite, ao observar os que os outros fazem quando a escuridão chega, quando as sombras dominam. Estudo demonstrar que agimos ainda pior quando estamos no escuro, mesmo na penumbra, mesmo com óculos escuros. Algo como um conforto que as trevas nos trazem, deixamos aflorar nosso lado negro, nossos demônios, e nos sentimos seguros. E isso não é algo premeditado, nosso cérebro desenvolvido o faz instintivamente, seja lá o que for esse instinto. Ou seja, podemos considerar que somos naturalmente hipócritas, falsos.
Eu não queria, não quero, ser assim. Quero um lugar melhor, pessoas melhores, e mesmo que fugisse, não encontraria tal lugar entre os meus semelhantes, por isso minha torre de ódio sempre se mostra tão confortável. Sozinho a companhia não é das melhores, mas é melhor que a maioria dos seres (des)humanos, mas sempre encontro conforto, e confronto, com meus fiéis escudeiros. Sempre é possível se esquecer, provisoriamente, da realidade que nos oprime através da embriagues, a embriagues poética de Baudelaire: Il faut être toujours ivre. Tout est là: c'est l'unique question. Pour ne pas sentir l'horrible fardeau du Temps qui brise vos épaules et vous penche vers la terre, il faut vous enivrer sans trêve. Mais de quoi? De vin, de poésie ou de vertu, à votre guise. Mais enivrez-vous.
O que nos faz termer a escuridão não são os monstros imaginários que ocupam sombras, criaturas em baixo das camas ou alienígenas no armário. Essas são peças que nossa imaginação infantil nos prega, quando crescemos e nos damos conta disso, tememos a escuridão porque descobrimos que os monstros somos nós mesmos. Vemos os fantasmas, fantasmas cansados, esses são os fantasmas de nossos erros assombrando nossas noites. Cimitarras que danças brilhantes na noite, vindo cortar-nos a cabeça, como se isso redimisse nossa culpa. Criamos seres para nos representar, quando somos bons ou maus; mas Deus e o Diabo não recebem julgamentos morais, nós sim.
Me terrífico com nossa/minha monstruosidade, já derramei inumeras lágrimas por isso, mas cansei delas, elas não resolvem os problemas, aliviam a tensão, mas é só. Cansei de ficar vendo o tempo passar, e me impressiona muito o quanto perdemos tempo vendo o tempo passar; ficamos vendo o tempo passar nos 15 minutos finais de uma aula entendiante, ficamos vendo o tempo passar nos 10 minutos antes do final do expediente, ficamos esperando o dia raiar na cama ao lado de alguém que não amamos, não vemos a hora da  boca de alguém que não queríamos estar beijando se afaste da nossa, e cada um de nós pode lembrar desses e de outros exemplos que marcam nossas vidas...
É hora de enfrentar os demônios, encarar nossos erros do passado com um martelo e destruí-los para que das ruínas erga-se um futuro cintilante, oriundo do caos. Sejamos pessoas melhores, para que a escuridão deixe de nos provocar medo, deixemos de praticar os atos atrozes na escuridão, pois mesmo na escuridão, alguém sempre torna-se ciente do que fazemos.
Entre os ratos e vermes chafurdando na lama me sinto entre os meus, pois eles são puramente isso, ratos e vermes, sem hipocrisias, falsidades, efemeridades e sentimentos vázios. Diferente daqueles que físcamente se assemelham a mim, cada vez mais parece ser a maneira de prosseguir, cada vez é mais difícil de prosseguir, é por isso que...
Eu odeio estar aqui!


Livro: O Suicido - Emile Durkheim;
Filme: Die Welle - A Onda (porque infelizmente os seres humanos não sabem vivem com liberdade e demonstram seu melhor e pior sobre quando em estado ditatorial);
Som: System of a Down - Innervision;
Maldição: Que tal amaldiçoar as incontavéis vezes que acertamos, quando deveríamos ter errado; quando a verdade era clara e escolhemos a escuridão, quando mesmo sabendo o que dizer e o que fazer, era exatamente o oposto que realizávamos;
Questiona-me...

domingo, 18 de julho de 2010

Um passado distante, ou, Tentativa...

Alguns dias atrás me deparei com lembranças físicas de uma passado a muito ido. Lembrei das pessoas desse passado, das que aqui ainda estão e das que não mais estão. Lembrei de todos os erros que cometi e pensei se ainda os cometeria, e com isso percebi algo: 13 anos atrás não pensava muito diferente de agora! E a lembrança era essa...

Tentativa
Pense num poeta criando um verso.
Ou ao menos, tentando criá-lo.
Pense nele juntado palavras,
sendo indiferente,
bebendo uma cervejinha,
rasgando emoções;
procurando nas estrelas, nas construções e nos ruídos
um algo mais
que derrube as barreiras da solidão.
Disfarçando ilusões (realizo em gesto seguro na calada da noite
além do obscuro).
Prece-lhe que os choques tornam-se raros e os amores pouco profundos. Onde buscar o tom que encante a solidão?
Uma gaivota no mar da ilustração,
uma cantiga de roda,
um olhar perdido.
Pense em um poeta exausto de esperar o encanto e cansado por repintar cores.
A cerveja se vai pela garganta a baixo,
um suspiro profundo.
A gaivota some por entres as nuvens do entardecer.
Seria divertido liberar emoções,
reunir os amigos num bate papo,
depois de uma vodka de despedida e uma noite de amor.
Entretanto,
a imaginação se desfaz e a página permanece vazia.
É doidice prometer a si mesmo uma vida de vitórias momentâneas ou eternas.
então a poesia fica guardada,
fica perdida no coração reprimido.
As ilusões tornam-se fantasmas.
É difícil pensar em um Deus e desenhar sua face num mundo singular.
É melhor esperar pelo acaso.

Escrevi isso nos idos de 97, e é muito estranho verificar como posso ser tão igual e tão diferente de mim mesmo no decorrer dos anos. Talvez tenha perdido algo pelo caminho, talvez tenha encontrado algo pelo caminho, e talvez nem exista um caminho. Mas me orgulho muito de ser quem sou e pensar o que penso, por isso...
Eu odeio estar aqui!

Livro: Fundação - Isaac Asimov (cuidado com o futuro da humanidade);
Som: Qualquer Cat Power hoje está valendo!
Filme:
Den Osynlige - Invisível (surpreenda-se);
Maldição: A falta de razão e sensibilidade nas pessoas, e a minha inocência e burrice, por ainda acreditar em algumas delas...
Questiona-me...

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Romance, Paixões, Amor e Zumbis, ou, Pena, Pincel e Veneno

"When one is in love, one always begins by deceiving one's self, and one always ends by deceiving others. That is what the world calls a romance" Oscar Wilde
Percorrendo, por esses dias, os maravilhosos corredores de uma livraria, deparei-me com um obra deslumbrante: Orgulho e Preconceito e Zumbis. Ora, Pride and Prejudice de Jane Austen já é uma obra excelente por si só, daquelas que enchem os olhos de lágrimas e o coração de dor. Agora coloque algo universalmente legal e divertido como zumbis e você quase que completamente a idéia pura do belo. Seria algo como refilmar os episódios IV, V, VI, de Star Wars onde todos fossem zumbis. Mas paremos com devaneios e voltemos ao devaneios lisérgicos. Orgulho e Preconceito, nos mostra as oscilações constantes dos romances e paixões e amores (e zumbis). Mas o que seriam cada um desses conceitos; seriam diferentes; seriam iguais, próximos, proximamente confusos; ou ainda, seria possível diferenciá-los sem cair em uma enfadonha verborragia? Penso que isso é bastante simples e em 3 ou 40 linhas estaria determinado, a problemática toda se desenrola quando dois, ou mais, decidem conversar a respeito e percebem que suas definições dos termos são diferentes, ou ainda pior, desenvolvem um diálogo longo sem jamais perceber que não falam sobre a mesma coisa.
O mundo, o puro caos, a confusão... como isso quase me faz feliz, feliz como o Sr. Spider Jerusalem ao ver um cachorro morto
É extremamente simples pensar em o que seria um romance, é só a hipérbole de um flerte. Quando algo simples de desenrola para aquele romantismo, que para alguns pode se piegas, para outros necessário.
Agora as Paixões, sim, as paixões, os venenos da alma e o ópio coração. Por paixões pode-se entender aquelas afetações que nos tocam introspectivamente pelas sensações que temos do mundo. Exemplificando: o ódio que sentimos ao ver os campos de concentração no leste europeu e paísecos do noroeste assiático desmebrados da CCCP (Союз Советских Социалистических Республик); ou ainda aquela sensação de um frio docemente caótico que percorre sua espinha ao olhar nos olhos de alguém que está sentido a mesa coisa, etc.
Sobre o amor a coisas tornam-se sempre muito problemáticas, afinal todos já tiveram um amor, mas é a dor que nos ensina a ser quem somos! Não há como definir amor sem levar em consideração todos aspectos introspectivos, dentre eles principalmente: Solidão e Felicidade. (Sempre use citações, porque alguém já escreveu algo melhor que você) O grande poeta Rainer Rilke define maravilhosamente nossa problemática: der Liebe, die darin besteht, daß zwei Einsamkeiten einander schützen.
O mundo se mostra, como sempre, da maneira mais problemática possível. E nós que estamos aqui para morrer e ter um história que deve ser destruída devemos ao menos ter força o suficiente para entender as mentiras, ou falsas impressões, do mundo. Não cabem tristezas, cada dia é uma nova aurora dentro de si mesmo, um amanhecer de oportunidades e desenvolvimentos. Certamente um último primeiro beijo pode ser um grande sacode na vida, mas isso é (como diria o Coringa) The Big Killing Joke!
Ninguém sabe que quer da vida, mas todos devem saber o que ela quer de nós, é algo bastante claro e objetivo! Deus não joga dados; Não existem coincidências; O Destino é inexorável! A vida quer unica e exclusivamente que você cumpra seu papel, o mundo vai colocar todos obstáculos possíveis.
Podemos concluir que no final, para que todos os obstáculos possam ser devidamente deixados para trás, pra que possamos observar os pequenos detalhes da vida de maneira clara e distinta, para que o mundo não possa nos quebrar é necessário estar só! E a solidão é a antítese da felicidade, se é que ela existe para aqueles que não são loucos, ou tolos. Então tudo é só uma questão de escolha! Morte e Vida; Destruição e Reconstrução!
O passado é a melhor maneira de estar regularmente reescrevendo suas prerrogativas e impertativos, mediando os caminhos e escolhas da sua vida:
"...É que hoje eu esqueci
Que era mais um dia
Pra viver sem você
E já que era pra ser assim
Antes não acordar..."
Muitas pessoas vão cruzar seu caminho, assim como cada um de nós vai cruzar o caminho de vários outros, mas as pessoas são assim, como os sentimentos e sensações do mundo, efêmeros. No entanto, ao pedir que alguém esteja ao seu lado, se feito da maneira adequada, pode ser grandioso. Algo como: Esteja ao meu lado, para que possamos reconstruir o mundo com uma barulho e uma fúria incríveis. Então, nunca desisto de acordar; por isso...
Eu odeio estar aqui!

(Pode ser até muita arrogância, prepotência e egocentrismo da minha parte, mas publicar algo para mim não é o mesmo que falar comigo? E essa postagem não é de qualquer forma uma resposta. Se precisar, sabe onde encontrar!) Não entendeu? Não era para você ler!

Livro: O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde (Por que sugerir esse livro ao invés dos quatro ensaios estéticos do livro a qual faz referência o título da postagem? Simples, eles são muito bons, mas técnicos além do necessário, aqui são indicações leitura introspectivamente relaxantes, ou não!);
Som: The Devil Wears Prada - Wapakalypse
Filme: O Feitiço de Áquila (pelo fato de que as paixões, às vezes, são as únicas coisas que precisamos para vencer os obstáculos do mundo);
Maldição: Amaldiçoou Gonzalo Torrente por estar certo em proferir as seguintes palavras: A pior solidão que existe é darmo-nos conta de que as pessoas são idiotas. (Essa é uma maldição boa, tão boa quanto ser infectado por uma mordida de zumbi! Se é que isso faz algum sentido);
Pergunta?

terça-feira, 13 de julho de 2010

Anarquismo e Conhecimento, ou, um Caos calmo..


"...Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres..."
 A frase a cima é de uma pessoa morta, obviamente, já que poucos vivos são inteligentes o bastante para escreverem algo assim, nos dias de hoje. O nome dela é Rosa Luxembrugo, um tempinho atrás espancaram-na, depois deram-lhe um tiro na cabeça e a atiraram numa vala. Hoje seu nome está em praças, ruas, monumentos, etc. Bem humano. Quando será que o mesmo acontecerá com Andreas Baader ou Ulrike Meinhof? Analisando os casos acima é possível verificar que a liberdade possuí um preço: a vida! Aproveitar a liberdade depois de morto não me parece algo sensato. Mas será possível que exista liberdade antes da morte? 
Penso que sim, que é possível haver e exercer a liberdade durante a existência, no entanto é necessário antes de explanar melhor essa idéia, esclarecer alguns outros conceitos. Como por exemplo: a verdade.
Alguém pode perguntar o que é a verdade? Como distinguir o que é real do que é virtual, o que é falso do que é verdadeiro, etc. Me é muito claro que todos, sem exceção sabem o que é a verdade. A verdade é tudo aquilo que penso, cogito ergum sum, aquilo que sinto, por mais que os sentidos e sensações sejam demônios sempre nos ludibriando. O que eu sei e o que eu sinto são reais. O que se conhece é real, o que não se conhece é abstrato, e isso é um grande mal-entendido, mas como Baudelaire já deixou claro: Le monde ne marche que par le malentendu. C'est par le malentendu universel que tout le monde s'accorde. Car si, par malheur, on se comprenait, on ne pourrait jamais s'accorder. malentendu é que nos cerca, é o caos que governa O Universo, um universo infinitamente maior que nossa limitada visão consegue contemplar.
Mas o que pode ser o caos?  Não vejo o caos como aquilo que nos diz o dicionário: substantivo masculino invariável; espaço limitado e amorfo que precedeu à criação do cosmo, confusão, desordem, fluxos meméticos de informações autônomas e descentralizadas por pulsos sensoriais aleatórios e inconscientes do plano comum. Eu gargalho dessa definição coberta de informações e vazia de significado. O caos é organicidade de inteligências coletivas, é um sistema caórdico para transcender mudanças regido por leis naturais da liberdade. Caos é a Anarquia! Anarquia é um ato de liberdade de todos para todos, um organismo complexo formado por todos os seres pensantes visando um futuro maior e melhor que essas máquinas de aniquilação em massa nos mostram 24hr por dia com sua luminosidade incessante, nos atraindo para morte como mariposas; Anarquia é o exercício pleno da liberdade incondicional, a verdade absoluta e a finalidade do homem. Anarquia é utopia cheia de sangue e coragem que se ergue contra essa maldita distopia que nos escraviza, aprisiona, oprime, e pior de todos os, nos deixa cegos e burros...
E esse circo que terminou agora serviu para que uma coisa muito importante, que muitos viram, mas poucos enxergaram, nos tornamos tão estúpidos, que até mesmo um molusco fez acertos categóricos e ficamos maravilhados, diga-se de passagem, com nossa própria estupidez.
Contemplo um mundo coberto de dor e sofrimento, pequenos e efêmeros momentos onde um certo contentamento resplandece. Um mundo onde se aprende a viver só, bem no meio da globalização, no centro de uma aldeia global, é possível que a idéia de que a ninguém encontra uma companhia mais companheira do que a solidão, não seja um completo disparate. Muito pelo contrário é a contemplação de uma lei maior, o caos manifestando-se no intelecto e na observação do mundo.
Desejo o caos, pois, mesmo que de uma forma corrompida, ele já governa o lado de fora. Deixo que ele me governe, pois deixar o caos no controle é tornar-se puro ímpeto, a governança da vontade. Mantenho-me calmo, contemplo o caos do mundo e cerro os dentes fazendo que o ódio e a raiva sirvam de base para que o mundo não me quebre, não me corrompa. Sei o que sinto e o que penso, sou governado por forças que vão além de mim, sem nunca estarem fora de mim e são governadas por mim. Todos estão perdidos, sem orientação, desprovido de pontos cardeais. Perdemos o mundo. E esse é o grande momento, pois quando perdemos o mundo é que se da o início o processo de encontro do eu, o processo de entendimento de onde estamos e a extensão infinita de nossas relações com o todo, com tudo, com o caos... 
Não me importam as horas, os relógios, as atitudes ou trabalhos dos homens, pois amanhecer é quando estou acordado e há uma nova aurora em mim. Por que aquele que não se distância do pensamento vigoroso acompanha o sol, e o dia torna-se manhã eterna. Mantenho um caos calmo dentro de mim...
Vejo a aurora novamente, provei dos venenos da vida e continuo vivo, enquanto outros maiores, melhores e inocentes estão mortos, é por isso que...
Eu odeio estar aqui!!!

Livro: Walden - Henry David Thoreau (porque Thoreau é um dos caras que ainda me entende, e está sempre com novas sugestões epifânicas);
Som: Third Eye Blind - Jumper ( ...eu sei que alguma coisa está errada; bem, todos que conheço têm uma razão para dizer: Afaste o passado; Eu desejo que você afaste-se da beirada, meu amigo; Você poderia cortar os laços com todas as mentiras que você esteve vivendo...);
Filme: Na Natureza Selvagem (está escrito ali em cima: ninguém encontra uma companhia mais companheira do que a solidão);
Maldição: Sem maldições hoje, afinal hoje é dia mundial do rock. Só uma idéia: Viva bem e morra jovem!
Novidade: quer perguntar, questionar, elucidar, criticar: aqui então!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Expectativa, ou, Puro Niilismo

Um conhecimento prático recentemente adquirido é de que: a única maneira de não ficar decepcionado é nunca criar expectativas. Na maioria dos casos isso funciona, e funciona muito bem; nos torna mais capacitados a enfrentar as coisas que nos cercam. No entanto, em determinados casos, isso pode não funcionar, geralmente quando de alguma forma um outro está envolvido, claro que na maioria dos casos há um outro envolvido , mas aos casos que me refiro, o outro está praticamente amalgamado a questão, envolvido direta ou emocionalmente.
Nesses casos é importante analisarmos se estamos decepcionados com nós mesmos ou com os outros. Naturalmente os seres humanos decepcionam, é só analisar a realidade e os fatos concretizarão isso. Então para que nos tornemos melhores (ok, vou assumir que de alguma forma miraculosa isso seja possível) é necessário que os fatos sejam analisados clara e distintamente, para que desse modo saibamos quando estamos errados ou quando estamos certos.
Prefiro sempre ficar decepcionados com os outros, afinal eles são seres humano e destinados a decepcionarem. Isso não impede que acabe por decepcioná-los, mas quanto a isso não dou a mínima (modo FODA-SE ativado). Penso que Sartre estava errado ao pensar que: O Inferno são os outros. É muito mais claro pensar que o Inferno é dar importância aos outros, ou se permitir aos outros. O Inferno é isso tudo ao seu redor, e não seja burro, não existe um Paraíso (Paradise Lost - Milton).
Então é necessário que os outros sejam deixados para que devorem a podridão uns dos outros, que se afoguem na hipocrisia e miséria  (espiritual, intelectual, introspectiva, ou qualquer outra) uns dos outros.
O mundo esta aí sempre pra nos mostrar que não existe tristeza absoluta ou felicidade extrema. Desacredite dos momentos de contentamento, eles são efêmeros, ignore a tristeza pois até a fossa mais profunda coberta de lama, a pior queda e a dor mais dilacerante acabam por passar. Se faz necessário um completo niilismo, a descrença hiperbólica; acredite em si, nas suas prerrogativas e imperativos. Não confie em sorrisos e lágrimas, pois uma vida inteira de indiferença, se possível, é mais válida do que qualquer vidinha com efêmeros sentimentos.  
A decepção comigo, ou com outros, isso é indiferente, me diz apenas uma coisa...
Eu odeio estar aqui!!!

Livro: Amor Líquido, Sobre a fragilidade dos laços humanos - Zygmunt Bauman;
Som: Luxúria - Ódio (porque o ódio e a raiva levam ao lado negro da Força, que é muito mais divertido);
Filme: The Zombie Diaries (é praticamente a reinvenção do gênero, filme independente muito bem produzido);
Maldição: Amaldiçoou todo e qualquer afetação que faça com que as observações sejam prejudicadas, amaldiçoou a falta de firmeza de nossas prerrogativas, e também o quanto nos faz mal deixamos de agir conforme acreditamos ser melhor quando nos deixamos enganar por semblantes...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Aufklärung



"...não aprender a esquecer nos torna permanentemente amarrados ao passado." Nietzsche, F. 
Me foi dito que, o conhecimento que tenho sobre os fatos do mundo me servem de pouco se não possuo um conhecimento de mim mesmo. E isso me fez pensar, indo muito longe, se tal argumento seria universalisavel? Antes de pensar em responder tal questão é necessário analisar ao que antecede esse questionamento, o que a história traz para que se pense tal questão e suas respostas e sua universalidade.
FATO 1 - Seriam os seres humanos maus por natureza?
Talvez, mas certamente sua corrupção se da pela sociedade. Esse é o mau da educação, que se da de ser humano para ser humano, a corrupção deles torna-se um câncer fadado ser propagado por nós. O que nos torna maus, corruptos, somos nós.
Fato 2 - Há necessidade da história ou a existência de um pensamento natural?
Todos os indivíduos possuem uma história biográfica, nos preceitos da biologia, pois seguem uma ordem natural de nascer, fazer o que há para ser feito, e morrer. Ora, se todos são fadados a nascer e morrer, pensemos no seguinte: se tudo que nasce deve perecer, seria melhor não existir. Por que uma razão natural, ou divina, faria isso, se no fim tudo deve perecer? Acredito que pelo simples fato do que se realiza entre o nascer e o morrer. E não pense simplesmente em seres vivos, pense também em sentimentos, afeições, experiências, sucesso, fracassos, etc. Isso nos leva a uma outra história, que vai além o viés biológico. É uma história das realizações individuais, o que nos impulsiona a agir, a fundamentação de nossos atos. A História do Pensamento.
Fato 3 - As escolhas.
Todas as ações são escolhas, toda escolha é a negação de algo, pois quando optamos agir, optamos por fazê-lo de tal maneira e não de outra. Toda escolha é o fim, a morte. Toda escolha é o início, o nascimento. Assim temos o que nascimento trás a semente da morte e a morte trás a semente da vida. Nada mais óbvio. Fundamentalmente e naturalmente, todos os seres humanos buscam a felicidade, uma verdadeira felicidade, não essas versões escurecidas e dissimuladas que a sociedade nos mostra. Concluindo isso que todas busca pela felicidade implica também uma escolha pelo sofrimento, pela infelicidade.
Retomando: Conhecer o exterior só tem validade quando conhecemos o interior?
Os seres humanos talvez não nasçam maus, mas passam a maior parte da sua vida praticando-a, exercendo-a. A observação, o conhecimento exterior mostram uma coisa nojenta e asquerosa. Seria válido então olhar introspectivamente e reconhecer o mesmo? Obviamente que seria, pois sempre a pior verdade é melhor que a mais bela mentira. E o olhar introspectivo pode nos mostrara a vilania ou a bondade, mas se os analisarmos historicamente sabemos que tanto a vilania e a bondade ão de perecer e de nascer. Nesse momento surge a oportunidade de escolha, seguir praticando a bondade ou a vilania, e se você sabe, e todos realmente sabem, que a Felicidade é o fim último, optariam pela bondade, mesmo sabendo que ela vai perecer, mas desse ponto cabe mas a nós, somo joguetes uns dos outros, ligados por uma razão natural, as escolhas de todos nos afetam, o passado (a história) dos outros nos afeta direta ou indiretamente...

Não tenho uma resposta, eu ainda acredito na felicidade, mesmo sem tê-la tomado em meus braços ainda, talvez eu seja um tolo, um burro ou um idiota. É impossível segurar a mão de alguém e dizer eu nunca vou te machucar. Mas é completamente válido segurar na mão de alguém e dizer: Eu quero que sejamos felizes!
Apesar de tudo isso...

Eu ainda odeio estar aqui!

Livro: Dicas Úteis para uma Vida Fútil, Um Manual para a Maldita Raça Humana - Mark Twain (surpresa);
Som: Hoje está valendo qualquer celtic punk....
Filme: O Grupo Baader Meinhof (porque a verdade sempre está por perto, as vezes com máscaras, mas está por aí);
Maldição: A (In)Justiça.