segunda-feira, 26 de julho de 2010

No quotes, ou, Quero...

"Texto do último sábado, um dia frio. Mas cheio de som e fúria e esperança..."
O mundo se mostra um bom lugar, e o mundo se mostra um lugar terrível, normalmente terrível. Penso que sempre temos medo de perder e de ganhar também, muito mais de ganhar. Normalmente os loros da vitória trazem consigo um fardo pesado demais. Quem já se acostumou com a derrota, ou pensa de mais, ou pensa de menos. Quem apenas pensa na vitória, no sucesso, não alcança o sossego de espírito e coração. 
Quero um caminho do meio. 
Quero passar um dia, ao menos um dia, sem odiar estar aqui, sem odiar ninguém; ser como os outros seres humanos que dizem estar aproveitando desse tal delírio universal, essa tal felicidade. Não coloar nos ombros os espólios do sucesso-fracasso da humanidade e assim, dessa maneira egoísta acordar e dormir com o coração e espírito tranqüilos. Abraçar e chorar com alguém, ou não chorar sozinho. Colocar essas armaduras e máscaras que já fazem parte da formação psico-biológica dos homens. Passar um dia embarcado nessa vicissitude. 
Queria passar por esse dia para que possa demonstrar que meu ódio não é irracional e que também não é um ódio do tipo agressivo fisicamente, que mesmo odiando estar aqui é possível atingir uma alegria, um contentamento, e talvez até mesmo esse delírio universal. Quero passar por esse dia e provar que as armaduras e máscaras fazem justamente o contrário do que se propõem, elas não nos protegem ou camuflam das outras pessoal, elas nos tornam todos igualmente (in)diferentes, e nos afastam uns dos outros, as vezes, até mesmo, de uma maneira próxima. Quero passar por esse dia para demonstrar que mesmo odiando estar aqui, tem muito espaço no espírito e no coração para ser ocupado por alguém com que possa estar abraçado e chorar, não simplesmente abraçar e beijar alguém exclusivamente para se manter aquecido no inverno ou espantar a solidão. A solidão ainda é melhor do que a tentativa de espantá-la com alguém que você não ama! 
Tudo isso é muito difícil, complexo e por que não, radical; mas nunca duvido das minhas-nossas capacidades de mudança, e por isso, hoje... 
Eu não gosto muito de estar aqui! 


Livro: A Arte de ser feliz - Arthur Schopenhauer; 

Som: Megh Stock - Sofá Emprestado;

Filme: Menina dos Olhos (quando tudo dá errado, vai passar, e o tal delírio universal pode ser abordado); 

Maldição: amaldiçoou a falta de capacidade de acabar com a tristeza daqueles que são queridos, enquanto é sempre possível espalhar o ódio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário