segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Pensamentos se tornam coisas?, ou, e se...

Alguém comentou, recentemente, que a palavra ódio, pode ser muito ofensiva. Não concordo com isso, porque palavras não são nada além de ondas ou sinais gráficos. O que da sentido, referência e significado as palavras, à linguagem, é o meio onde ela se propaga, as pessoas que as proferem ou escrevem, o que pensamos no momento que as falamos-escrevemos. De uma maneira que extrapola a ontologia, ou a desconsidera, nossos pensamentos se concretizam, materializam de alguma forma, sempre, sem exceção. Isso de maneira alguma teria algo a ver com pensamentos positivos trazem coisas positivas e seu contrário, isso relaciona-se com o simples fato de que o que pensamos existe, pelo menos, no momento em que o pensamos.
Deparamo-nos com um problema quando aquelas duas palavrinhas que assombram todos nós, aparecem: e se... Quando nos deparamos com essas palavras, tudo se desmorona e reconstrói, simultaneamente. O passado se corrompe e o futuro se constrói, e no instante seguinte tudo se torna pó, fumaça. Um tipo de truque de presdigitadores, aqui está e agora não mais está! A cada escolha, nos tornamos algo diferente. Somos o resultado, inevitável, de nossas tragédias. Cada escolha, uma morte. Segundo Chopra, 99% das nossas células (não sei a veracidade disso, li num livro) morrem ao longo de um ano, então no decorrer de aproximadamente 365 dias, praticamente morremos. Poderíamos considerar plausível, até mesmo, dizer que passamos mais tempo mortos do que vivos. Ou não!
Mas a morte, os mortos, ou mesmo a vida não me preocupam, os vivos sim, esses me preocupam muito. Como uma espécie pareidolia, eu procuro por faces, mas depois acabo por lembrar-me que não são objetos, quanto mais inanimados, são seres humanos, "abrigados" em suas bolhas. Esses vivos me assombram, me assustam e hoje em dia, não há ninguém ao lado para segurar a mão e enfrentar o mundo, enfrentar o medo...
A solidão não assusta, as companhias que não queremos, sim. "Detesto quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia."
Mas assim é o mundo, é a vida e eu jamais vou me acomodar com isso, já aprendi que não é possível abrir os olhos do mundo para algo além da vidinha vazia num mundo ilusório de propaganda de sorvetes, cada um precisa, se é que precisa, fazer isso sozinho, precisa querer isso. Enquanto isso, continuo aqui, cheio de um espaço que às vezes quero que seja preenchido, e demonstro querê-lo num completo vácuo, permaneço me abrigando do mundo sob um manto de prolixidade e ebriedade recorrente. É por isso que...
Eu odeio estar aqui!

Livro: Cultura da Convergência - Henry Jenkins;
Som: Audra Mae & The Forest Rangers - Forever Young (uma regravação de Bob Dylan, muito interessante);
Filme: Substitutos; Equilibrium e Watchmen (três filmes que falam sobre a mesma coisa: escolhas; o que abdicamos e o que abraçamos e o que destruímos e o peso delas... );
Maldição: Amaldiçoou a capacidade de se importar de mais, de sentir de mais. Por que o que basta, obviamente é o suficiente e o que a demasiado, leva aos vícios e vicissitudes;

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