quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Mundo livre, ou, o mundo que aí está

"De vez em quando é bom falar dos fracassados", como á dizia o velho sábio hindu Fred Zero 4.
Poucas coisas podem ser tão deprimentes quanto uma folha em branco, mesmo ela estando em formato digital e não ser exatamente uma folha. Poucas coisas mais estúpidas do que uma inteligência segura de si, pensando que rapidamente vai preencher esse espaço em branco com algo, minimamente, interessante.
A internet hoje nos fornece uma falsa-liberdade muito interessante para as manifestações de idéias e opiniões, gostos e desgostos sobre tudo aquilo que se dispõem a nossa volta. O senhor Assange disse: "...Portanto, não há uma separação entre sociedade, indivíduos, Estados e internet. A internet é hoje o alicerce da sociedade e conecta os Estados além das fronteiras. Conhecimento é poder.
A comunicação entre indivíduos ocorre pela internet. Sistemas de telefone estão na internet, bancos e transações usam a internet. Colocamos nossos pensamentos mais íntimos na internet, detalhes, como diálogos entre marido e mulher e até nossa posição geográfica. Enfim, tudo é exposto na internet. Isso significa que grupos envolvidos na vigilância em massa realizam uma apropriação enorme de conhecimento. Esse é o maior roubo da história.
A Google sabe o que você estava pensando. E sabe o que você pensou no passado, porque quando você quer saber algum detalhe, busca no Google. Sites que têm Google Adds, ou seja, todos os sites, registram sua visita. O Google sabe todos os sites que você visitou, tudo o que você buscou. Ele te conhece melhor que você. Você sabe o que você buscou há dois dias? Não. Mas o Google sabe. Alguém pode dizer: o Google só quer vender publicidade. Mas, na realidade, todas as agências de inteligência dos EUA têm acesso ao material do Google. Eles acessaram isso em nosso caso.(…) Países como a Islândia têm uma penetração no Facebook de 88%. Mesmo que você não esteja no Facebook, seu irmão está e está relatando sobre você..."
A famigerada geração Y (que reconceituou poesia, te amo e blues, como sexo, sms e moda), que têm tudo isso nas mãos, parece mais interessada em mimetizar às efemeras circunstancias virtuais no, quando possível, mundo físico, ou ficar mimetizando pelo virtual mesmo. Centenas de yottabytes de conhecimento, trocados por ficar (mais uma apropriação ridícula de termos) stalkeando em redes sociais! Esse falso livre pensar é utilizado pelos novos pseudointelectuais (e eu muito provavelmente me enquadro na mesma corja nojenta) para, sei lá, lhes deixar ainda mais bitolados!?
As críticas aos responsáveis legais que os obrigam a realizar atividades cotidianas são maiores do que críticas ao governo/estado que está aí defecando nas nossas bocas e mentes, impunemente. Ajoelhem-se enquanto colocamos nossos "cuzes" nas suas bocas! E para mim, todo aquele que exige que nos prostremos de joelhos, ou é um tolo ou um covarde, ou ambos!
Tudo bem, concordo que não é culpa da geração Y, minha geração também têm uma grande parcela de culpa nisso, assim como todas as gerações anteriores. Algumas pessoas ainda tem o hábito de levantarem suas vozes por motivos válidos, que não Justin Bieber de cabelo raspado ou fumando maconha, ou a Britney Spears indo ao mercado com a blusa manchada, ou qualquer uma das bobagens que viram noticias mundiais e contaminam ainda mais a rede mundial de computadores... Aquela velha história: Viu aquele vídeo engraçado no youtube? Sim! Viu quem é o presidente do senado? O quê?!
O mundo está aí e pouca gente está prestando a devida atenção nele, há uma conspiração do estado apoiado por nós, para que não prestemos mais a devida atenção... é mais fácil para o estado e para nós!
"... E como já dizia a minha prima Catarina, Deus nos dê fígado, pois temos o planeta inteiro pela frente. Na verborragia do verso estoura o limite de ânsias Há um desquite que a metáfora não alcança..."
E eu ainda odeio estar aqui!!