segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Trilobitas superdesenvolvidos, ou, celulares reluzenes

Esses dias fiz aniversário. OK, a maioria diria: e daí!; ou, grandes coisa! E eu concordo plenamente, e daí? O que faz de mim ou data que eu nasci algo relevante? Absolutamente nada.
Nós, mamíferos, temos um tempo estimado de vida de aproximadamente 5 milhões de anos, isso até parece muito, mas não é!
Essa bola de lodo que chamam de terra, tem aproximadamente 5 bilhões de anos, o que pare muito, o que faze sentido quando pensamos que 5 milhões já seria muito. Mas o universo estimasse que tenha 13,8 bilhões de anos, o que não é muito se levarmos em conta a idade da nossa galáxia, a Via Láctea, que tem aproximadamente 13,4 bilhões de anos! Ou seja, entre 0 e 10 elevado à -43 segundos (tempo de Planck), 27 anos (minha idade), 5 milhões (tempo estimado de vida dos mamíferos),  ou 13,8 bilhões (idade aproximada do universo), não faz diferença alguma, ou ainda como já dizia o tio Beto: o tempo é relativo!
É dito que na natureza nada se perde, tudo se transforma, então uma trilobita ou mesmo um de nós, somos nada mais nada menos do que alguma coisa que estava lá no meio da Grande Explosão! Ou seja, somos alguma coisa com uns 13,8 bilhões de anos.
Hoje voltando do almoço passei próximo de um campo de pouso de helicópteros, dum hospital. E são nesses momentos que meu ódio, rancor, amargura , irá, etc, afloram da pior forma possível. Vários seres-humanos que por alí estavam pararam tudo que estavam fazendo para ficarem olhando a desgraça de outrem. E não só isso alguns outros ainda mais exaltados sacaram seu reluzentes celulares para gravarem alguém que, penso estava num estado terrível (não parei para olhar, sequer virei o rosto para ver). Alguém sabe me dizer o porque desse comportamento deplorável? Nessa horas me sinto enjoado, me envergonho de pertencer a essa raça maldita. Não considero que leve o peso do mundo nas minhas costas, acho que é só um tipo de constrangimento pelo que todos os outros imbecis fazem!
Ok, posso ter esses tais 13,8 bilhões de anos ou mesmo meus 27, mas não preciso mais do que a lembrança de 5, ou menos anos, para ter bem clara e distinta a idéia...
Eu Odeio Estar Aqui!

Livro: Sociedade de Consumo - Livia Barbosa;
Som: Throwing Muses - Flood (Meu olhar dolorido, meus olhos doloridos...);
Filme: A Comilança (Le Grand Buffet) - é sempre bom manter os olhos abertos pra ver o que a desagradável, mas real...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Feliz ano novo, ou, somos todos um desastre natural!

Dezoito dias atrás várias pessoas dessa bola de lodo nojenta, que chamam de Terra, estavam comemorando, sabe-se lá porque, um novo ano. Cheias de fé e esperança que tudo há de se realizar, e todo aquele blá blá blá de todos os outros Réveillons que antecederam esse. 
Um novo ano que nada tem de novo, que não é anda mais do um dia depois do outro. Ninguém faz alarde quando outubro vira novembro, poucos fazem alarde quando inverno vira primavera e por aí vão muitos exemplos. 
Todos os votos parecem meio automáticos, uma espécie de roteiro previamente estudado e decorando durante todo ano, para ser apresentado no dia 31 de dezembro. E o que há de tão especial no dia 31 de dezembro? Eu não faço ideia, é só mais um dia de ostentação luxuriosa e exaltação dos "grandiosos valores" da pós modernidade. Isso me enoja! 
O mais curioso é que de tudo que tenho observado no mundo nesses últimos 18 dias, nada parece indicar que os votos de Réveillon tenham surtido efeito. Disso, concluo o seguinte: ou Deus não gosta mais de vocês ou essas datas comemorativas fazem tanto sentido quanto as do calendário juliano ou do calendário romulano (nada de piadas trekkies, ok?). 
Quer desejar algo de bom para alguém, comece fazendo algo de bom para alguém. E o faça apenas nas datas pré-estabelecidas de sua agenda, pois todo dia é um bom dia para desejar graças, felicidades, prosperidade e saúde; todo dia é um bom dia para abraçar quem você gosta, e dizer "eu te amo". Todo dia é um bom dia para ser um boa pessoa, se é que isso ainda é possível nos dias de hoje! 
Aproveitando o tópico "boas pessoas", vou falar um pouco sobre essas respostas naturais que estão sendo maciçamente mostradas nos jornais e telejornais. Primeiramente, vejo como no mínimo absurdo, chamar o que vem acontecendo de desastre natural ou catástrofes climáticas, isso por que não há desastre nenhum na chuva arrancar terra por onde passa, vejo isso como uma coisa bem natural, o desastre que vejo, é a expansão humana desenfreada, sem medir os limites da natureza, do bom senso, do correto.
Quero saber o que é um desastre natural, bom, é o desenvolvimento de organismos unicelulares em organismos complexos multicelulares que por sua vez se desenvolveram em bipedes aplumados com polegares opositores, isso é um desastre natural! E agora não venha me julgar com palavras como: falta de solidariedade, sem coração e todo esse arroto de humanidade e civilidade de novela das 8. Pois eu me sensibilizo com a desgraça dos outros, eu sinto a dor dos outros, mas felizmente tenho bom senso e juízo e olhar e raciocínio para saber que culpa de tudo isso é nossa, não preciso culpar algo metafísico para justificar nossos erros, esconder nossa culpa e mascarar nossa vergonha. Até porque, mesmo quando estamos falando de catástrofes locais, estamos o fazendo norte-americanizadamente, lembro de alguém no jornal falando,"aqui nós não temos terremotos e furacões como nos Estado Unidos e blá blá blá", porque para mim, dizer que a culpa é da natureza e dizer que a culpa é do Curupira, é mentir igual! 
Eu odeio estar aqui!!!

Livro: A Piada Mortal - porque no final o que vale é sentar a mesa com seu pior pesadelo e rir das desgraças da vida;
Som: Qualquer Dexter Gordon vale pra aplacar a raiva e a melancolia e a sanidade do cotidiano...
Filme: Número 9 - porque a vida, como um jogo eletrônico, deveria ter um botão de "reset"!
Idéia: procure se informar sobre a origem do nosso calendário, dias, dias da semana, meses e anos. E depois faça um contra-ponto dessas observações com dogmatismos religiosos, pois acreditar em deus, não é ruim, o ruim é perder a liberdade em nome de dogmas!