sábado, 7 de agosto de 2010

Marshall McLuhan, ou, The Spirit, o necrófilo

"With silence comes peace;
With peace comes freedom;
With freedom comes silence..."
Numa discussão com uma amiga me deparei com algumas questões sobre o conhecimento, e que me fizeram lembrar do velho McLuhan, e do conhecimento passamos para tecnologia e uma coisa leva a outra, não lembro onde terminou, se é que terminou. Sinal de que foi uma boa discussão. Mas o que há de importante nisso, é o mundo a nossa volta, a grande aldeia global.
Em 1982 pelas mãos de Hampton Fancher e David Peoples, baseados nos pesadelos vindos do futuro de Philip K. Dick, alguém disse: A cidade está morta. Em 2008, Gabriel Macht, interpretando o Spirit de Will Eisner, reinterpretado por Frank Miller, disse: A cidade é minha garota, é minha amante, e Ela esta viva.
Concordo com ambos (com exceção da parte da garota/amante), e concordar com ambos é, logicamente, o mesmo que dizer que ambos estão errados. Mas concordo com ambos, pois estão certos. Se você concorda com uma idéia, deve também concordar com sua antítese.
Basicamente vamos estabelecer, segundo McLuhan, que: Aldeia global quer dizer simplesmente que o progresso tecnológico reduziu todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia, ou seja, a possibilidade de se intercomunicar diretamente com qualquer pessoa que nela vive, e saber tudo sobre todos. Todos imaginam como deve ser viver um uma aldeia!
Meu ponto segue que não é mais uma aldeia, pois cada oca agora abriga uma cultura diferente, cada habitante de cada oca possuí hábitos diferentes,e não é mais uma aldeia, é uma cidade de múltiplas culturas convergindo.
E isso deveria, a menos, nos tornar mais próximos. O que não ocorre! As proximidades são plásticas, falsas, contabilizamos amigos por contadores digitais e conexões virtuais, o calor humano se perdeu. Somos um bando de seres famintos, por tudo, nunca satisfeitos com nada. A cada dia que nasce na cidade, temos novos consumos, novas pseudopaixões. Não percebemos mais que estamos consumindo a nós mesmos, viciados em paixões, que nem isso chegam a ser, por sua efemeridade e falta de objetividade.
Esquecemos do silêncio, devido ao barulho intenso da Cidade;
Esquecemos da paz, devido ao caos da Cidade;
Esquecemos da liberdade, devido a uma escravidão de consumo;
Minhas paixões são intensas, tanto as boas quanto as ruins, esculpidas no espírito e guardadas no coração, e é assim que gosto delas. Mas me parece que com isso uma espécie de toque de Midas reverso acompanha. Ao estar cativado, de alguma forma, pelas pessoas, faz com que elas se afastem. Na multicultura da Cidade, em meio aos seus bilhões de habitantes, parece faltar um lugar para estar, é por isso que...
Eu odeio estar aqui!

Livro: Confiança e Medo na Cidade - Zygmut Bauman
Som: Poets of The Fall - Illusion & Dreams
Filme: Metrópolis - Fritz Lang
Maldição: Amaldiçoou umas coisas chamadas: caráter, educação e conhecimento!
Questiona-me!

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