domingo, 18 de julho de 2010

Um passado distante, ou, Tentativa...

Alguns dias atrás me deparei com lembranças físicas de uma passado a muito ido. Lembrei das pessoas desse passado, das que aqui ainda estão e das que não mais estão. Lembrei de todos os erros que cometi e pensei se ainda os cometeria, e com isso percebi algo: 13 anos atrás não pensava muito diferente de agora! E a lembrança era essa...

Tentativa
Pense num poeta criando um verso.
Ou ao menos, tentando criá-lo.
Pense nele juntado palavras,
sendo indiferente,
bebendo uma cervejinha,
rasgando emoções;
procurando nas estrelas, nas construções e nos ruídos
um algo mais
que derrube as barreiras da solidão.
Disfarçando ilusões (realizo em gesto seguro na calada da noite
além do obscuro).
Prece-lhe que os choques tornam-se raros e os amores pouco profundos. Onde buscar o tom que encante a solidão?
Uma gaivota no mar da ilustração,
uma cantiga de roda,
um olhar perdido.
Pense em um poeta exausto de esperar o encanto e cansado por repintar cores.
A cerveja se vai pela garganta a baixo,
um suspiro profundo.
A gaivota some por entres as nuvens do entardecer.
Seria divertido liberar emoções,
reunir os amigos num bate papo,
depois de uma vodka de despedida e uma noite de amor.
Entretanto,
a imaginação se desfaz e a página permanece vazia.
É doidice prometer a si mesmo uma vida de vitórias momentâneas ou eternas.
então a poesia fica guardada,
fica perdida no coração reprimido.
As ilusões tornam-se fantasmas.
É difícil pensar em um Deus e desenhar sua face num mundo singular.
É melhor esperar pelo acaso.

Escrevi isso nos idos de 97, e é muito estranho verificar como posso ser tão igual e tão diferente de mim mesmo no decorrer dos anos. Talvez tenha perdido algo pelo caminho, talvez tenha encontrado algo pelo caminho, e talvez nem exista um caminho. Mas me orgulho muito de ser quem sou e pensar o que penso, por isso...
Eu odeio estar aqui!

Livro: Fundação - Isaac Asimov (cuidado com o futuro da humanidade);
Som: Qualquer Cat Power hoje está valendo!
Filme:
Den Osynlige - Invisível (surpreenda-se);
Maldição: A falta de razão e sensibilidade nas pessoas, e a minha inocência e burrice, por ainda acreditar em algumas delas...
Questiona-me...

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