quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Um Sonho de Lúcifer, ou, Liberdade e Pesadelo

Ele lembra da escuridão;
Ele lembra da dor da queda e da inveja;
Ele lembra do tremor e também do terror;
Ele lembra dos seus amigos em chamas,
     e de seus inimigos cegados pela irá;
Ele se lembra que eles sempre foram cegos.
E do alto de uma colina ele observa ao redor;
sente o cheiro de sangue por todos os ventos;
o gosto da morte dos fracos vindo de todos os lados;
escuta o grito de dor, oriundos da fome do frio e da sede
     dos inocentes condenados;
Ele recorda da promessa de seu pai;
Ele recorda de sua inveja, e sente-se um tolo;
Ele recorda que já foi responsável por tudo isso,
     e também que jamais foi responsável por isso;
Nunca condenou ninguém, com exceção de seus amigos;
Nunca julgou ninguém, a não ser ele mesmo;
Seus amigos foram condenados por considerá-lo certo;
Se julgo melhor que outros mais fracos,
e hoje ele sabe que o é;
Pois seu reino é de trevas e terror e dor e morte, por que assim o fizemos;
Mas ele sabe a verdade, esse reino de trevas e terror e dor e morte, é o reino dos fracos.
Aqueles fracos que ele tanto invejou, aqueles fracos que não tendo coragem
     de ver o que faziam com seu livre-arbítrio, condenaram o reino dele.
E, ele que fora condenado com o livre-arbítrio, hoje é livre;
E continua sabendo que é melhor reinar no Inferno do que servir no Céu;
Ele apenas questiona-se, se a Terra é o sonho de sua personificação do mau;
Ou é apenas o mau que os homens criaram por inveja daqueles que souberam aproveitar
    esse tal de livre-arbítrio?!

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