quarta-feira, 12 de junho de 2013

Estética pseudo cinefilô, ou, miólos mais miólos

Adoro assistir filmes.
Na verdade, penso que a maioria das pessoas gosta de ver filmes, e realmente não conseguiria entender alguém que afirmasse não gostar. Tudo bem, existem sim prazeres maiores. Mas é legal ver filmes! E esse é o ponto.
No entanto, e não sou nenhum crítico de cinema, muito pelo contrário. Vou falar apenas das impressões que tenho à cerca do cinema atual, sem nenhum tipo de conhecimento específico, a não ser o de ver muitas e muitas coisas...
Adorava o Sr. Burton e o Sr. Tarantino. Hoje acho chato, tedioso, enfadonho, repetitivo. Clichê! Essa sim é a palavra. Viraram moda, se venderam, se banalizaram. E isso pode-se notar há muito tempo, até mesmo quando eles eram bons. Vejamos o exemplo do Sr. Burton, que sempre usou o meso tipo de estética em seus filmes, de diferentes gêneros. As roupas do Coringa e do Beetlejuice, Beetlejuice, Beetlejuice (escrevi e  falei três vezes e ele não apareceu) possuem o mesmo corte, pequenas mudanças, com exceção da cor, obviamente. Um início de carreira, de longas, voltados para comédia e tal, e logo após Beetlejuice ele volta a temática abordada em seus curtas, umas coisas mais vicentpriceanas, mais sombrias... E foi ótimo. Mas não deveria ser uma receita para vida toda. E não foi. Um salto gigantesco para o nonsense multicolorido. Se voltou para um dos males do cinema contemporaneo, que vou falar logo ali em baixo.
E o Sr Tarantino, heim, heim, um grande copista do cinema oriental, e muito antes de Kill Bill, que por sinal, assisti apenas ao primeiro volume, é chato de mais para me interessar em saber o fim da história. Reservoir Dogs, Pulp Fiction e Jackie Brown, são filmes fantásticos. Assassinos por natureza, que foi escrito se não me engano em 1994, tem uma história que é quase futurista pensando na mídia dos reality shows de hoje em dia. E deu! Claro, o que todos esses filmes têm em comum: violência. O que foi levado a um nível hiperbólico, completamente desnecessário. Quem conhece um pouco de cinema gore asiático, principalmente de Hong Kong, sabe o que é isso. Depois disso, tudo vira clichê, tudo se torna um exagero de violência que se torna maior do que a história em sí, existe uma história que serve apenas para levar a mais violência. Não estou reclamando de filmes violentos, afinal, passei boa parte da infância e adolescência assistindo a filmes como Faces da Morte e Traços da Morte, e sou muito fão de filmes gore. Mas os filmes gore têm um história que justificam a violência, e não uma história para justificar a violência!
E por fim, e não tenho vergonha de dizer isso, eu não gosto de Tim Burton e Quentin Tarantino, e digo mais, quero que o diabo coloque fogo no cú deles, e que assim eles voltem a ser criativos e inovadores como foram na década de 80 e 90.

Por que esse é um dos males do cinema contemporâneo. Falta de originalidade, de criatividade! Bons roteiros são raríssimos, temos centenas de adaptUações de livros bons, excelentes, péssimos, best-sellers. Adaptações de peças de teatro e musicais, adaptações de quadrinhos, releituras de bons filmes de países que não têm um nome forte na produção cinematográfica, e disso tudo resultam coisas medonhas, grosseiras, coisas que me dão náusea, ânsia, diarreia cerebral. Não estou dizendo que não existam mais filmes bons; existem sim, mas somos inundados por centenas de releituras, de reproduções, de cópias da cópia, muito ruins.
A moda corrompe tudo!
E isso nem é um universo tão afastado. Olhemos por exemplo o que ocorreu por aqui com esse tal de favela movie (odeio esse termo), tivemos uma enxurrada de coisas assim, todos seguindo a mesmice, a fórmula mágica da chatice! Cidade de Deus é um puta filme, e por isso mesmo não precisava se desdobrar, e continua se desdobrando até hoje, felizmente com menos intensidade, em zilhões de outros filmes!

FAVELA MOVIE!? Quem deu essa porra de nome para classificação de gênero? Década de 80 era o que mais tinha, todo filme policial e de ação americano era sobre gangues, pessoal de território, mafias locais, e essas coisas. Ninguém chamou de gueto movie, chinatow movie, little italia movie, desejo de matar movie, e qualquer merda dessas. Eram filmes de ação, filmes policiais. Mas não!, aqui algum imbecil com a cabeça enfiada na bunda peida "favela movie" e o pessoal inala e adora! Um bando de gente que sempre falou pessimamente de um cinema que nunca conheceu, simplesmente pega um rótula americano e abraça! Fodam-se todos vocês!
Isso me leva ao ponto conclusivo. Porque gosto de filmes de zumbi?! Simples, estão na moda.
Não, não é isso. Não lembro ao certo qual foi o primeiro filme de zumbi que vi. Mas foi muito cedo, e faz muito tempo. A volta do mortos vivo, Cemitério Maldito, Um morto muito louco, algum Romero da década de 80, não sei, e também não faz lá muita diferença. Adorei, era fantástico! E depois fui amadurecendo e entendendo mais desse universo místico africano, e tudo mais, Fui aprendendo sobre a história dos filmes de zumbi. A primeira vez que participei de um zumbi walk foi em meados da decada de 90 e parecia mais um bando de gente saindo do clipe de Thriller, não essa monstruosidade comercial que parece um encontro de figurantes de Walking Dead. Bom, resumindo, gosto de filmes de zumbi porque eles são os que melhor retratam a sociedade humana. Um gigantesco bando de criaturas infectadas, que vivem apenas para consumir, sozinhas são desprezíveis, numa grande massa, consomem o mundo todo.  Não tem condições de pensarem no seu estado deplorável, na desgraça que são suas existências! No entanto existe um pequeno grupo que não é assim. Um grupo que resiste, que tenta salvar a humanidade infectada de um fim trágio, uma resistência que luta todos os dias contra isso, mas que no fundo sabe que não há como mudar isso. Existem apenas dois fins, ou você se torna um errante (ficar vagando por aí, sem saber qual sua finalidade, o que é a sua vida, fica errando apenas pelo consumo), ou mete uma bala na sua têmpora! E isso não seria nenhuma vergonha, nenhum fracasso, você apenas não quer ser conivente com esse mundo impossível de ser curado. Não há cura!!
Então, você é um zumbi ou um suicida em potencial?
É por isso que eu odeio estar aqui!

Filme: Fido - qualquer comentário estragaria o filme.
Música: The Arrogant Sons of bitches -  uma banda de ska punk muito divertida de ser ouvida.
Livro: Max Brooks -  ele têm três livros publicados no Brasil (Guerra Mundial Z, Guia de sobrevivência a Zumbis: Ataques Registrados, Guia de sobrevivência a Zumbis: Proteção total contra mortos vivos) e todos eles são muito bons de serem lidos. Um deles até está virando filme!!

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