Quase um mês desde o início da minha experiência antropologia.
E, aparentemente, as coisas mudaram um pouco. Valores e concepções renovados.
Melhor, vou começar do começo, está tudo parecendo meio vago.
Uns 45 dias atrás decidi começar um experiência antropológica, comigo e com o mundo, para (re)avaliar alguns valores, meu ódio e desprezo pelos seres humanos, a hipocrisia da sociedade, o mal canceroso oriundo as grandes cidades, definições sobre misantropia seletiva, entre outros tantos assuntos que normalmente paro para pensar. A experiência basicamente se baseia numa mudança radical, sair do centro urbano onde morava e me estabelecer em uma cidade interiorana, com tudo que há de diferente para ser diferente, claro com a exceção do ser habitada por seres-(des)humanos! (ainda não tive a sorte de ser abduzido, levado aos céus, enviado ao centro da Terra, e coisas desse tipo)
Voltando.
E nesse quase mês que estou aqui, vi coisas que esperava ver mas também vi coisas que sequer havia imaginado.
Felicidade e essas coisas continuam como conceitos muito abstratos para algum tipo de compreensão empírica, talvez aquela frase de que apenas a dor ensina seja muito mais verdadeira do que imaginemos, ou talvez eu seja cada dia mais cego; cada dia minha indiferença me afaste mais da clareza e distinção que tanto busco.
Eu vi as mazelas corruptivas dos seres-(des)humanos por aqui também, sinal de que não é a "grandeza" do meio que nos torna esse treco gosmento e rastejante que somos. No entanto, tive contato com muitas pessoas boas, como poucas tive o prazer de conhecer (não que as ruins não sejam legais, afinal, acredito que as melhores pessoas que já tive o prazer de chamar de amigo não receberiam o rótulo de boas; mas pouco me fod* para pessoas com rótulos, que são coisas importantes em estantes de supermercado!), e muitas delas se tiveram sua formação intelectual-observativa-do-mundo em centro metropolitanos, e ainda mais, algumas pessoas dessas boas tiveram a formação intelectual-observativa-do-mundo formadas aqui mesmo!!
Nunca tive certeza sobre a teoria de Hobbes, que sejamos maus, vis, por natureza; apesar de concordar muito com isso. Mas também pensava que a nossa estrutura social ajudava a construir essa força destrutiva que somos nós...
Agora tenho certeza de que ambos aspectos são inteiramente válidos, mas que nem por isso vamos seguir esse destino fatídico. Cada cumpre o seu destino, ele não (deveria) se dobrar as vontades do outros somos o que fazemos para nós e para os outros. Por isso somos, na grande maioria, os cães do Diabo. Mas também podemos ser úteis!! E as pessoas que se dão conta disso e vão mudando pequenos aspectos de suas vidas seguindo essa ideia, são o que há de mais esquisito e mais bonito na praga da humanidade!!!
Óbvio que todo essa minha briga e desamor com todos, não revela meu lado útil para humanidade, mas até aí, penso que não tenho um! Sou só mais um babaca arrogante vomitando o que ele considera sinceridade para as pessoas que não estão nem ouvindo!
Alguém pode se(me) perguntar: o que eu ganho com isso? Se isso só faz pensar e ver o que há de pior nas pessoas!
E eu respondo, que quero apenas que as pessoas se choquem novamente, que abdiquem dessa liberdade vigiada em nome de algo maior, pois, "se um idiota faz um regra, um imbecil vai segui-lá", e isso não é um futuro, não é uma vida. Quero a liberdade, quero que o mundo volte a nos espantar (de uma maneira fascinantemente boa), quero uma vontade pura, que busque e desperte o que há de melhor em cada um de nós. E principalmente que despertemos dessa "existência de tranquilo desespero"!
Livro: Vidas Desperdiçadas - Zygmunt Bauman (Nosso planeta está cheio, não somente do ponto de vista físico e geográfico, mas também social e político. Já não há mais espaço para esse lixo humano produzido pela sociedade de consumo...)
Filme: Saló, ou, 120 dias de Gomorra (eu vejo os círculos do inferno, eu vejo um retrato do fascismo, e vejo também um retrato da sociedade atual, tudo bem escondidinho, mesmo que numa banheira de merda!)
Pare para pensar!
Tá, seu demonho. Tás gostando daí ou sentes falta da companhia dos bêbados inveterados de Florianópolis?
ResponderExcluirAHhahah!
Porque Bêbedo é um rótulo que muito te importa, sim. Não venhas dizer que rótulos não importam.
Um abraço, meu velho.
Pera lá, bêbado não é um rótulo. É um estado de graça!!
ResponderExcluirE a cidade até que é legal, mas isso não impede que eu sinta falta da companhia de vocês, quer dizer, da companhia dos bêbados inveterados de Florianópolis e São José!